31.12.14

Correr correr.

Comemoro a proximidade do décimo ano de corridas de rua. Comecei em 2.005, na 13ª Maratona Pão de Açúcar de Revezamento, no Parque Ibirapuera, em São Paulo, e não parei mais. Todo ano corri pelo menos uma corrida de rua. Já são 32 completadas, todas correndo do começo ao fim. Foram provas de 4,3km até 21,5km, em São Paulo, Juqueí (Litoral Norte, SP) e Vinhedo, de revezamento (2, 4 e 6 corredores) ou não, de manhã, à tarde e à noite, com ritmos e climas variados, altimetrias mais tranquilas e outras com grandes subidas (Serra de Maresias, já ouviu falar? rs). 

Recomendo. Corridas de rua são um ótimo divertimento. É muito bom treinar e vencer os desafios particulares de cada trajeto. A emoção de cruzar a linha de chegada e levar a medalha para casa. Afinal, como dizem, 'quem corre quer medalha'.

Para 2.015, o décimo ano, já estou inscrito na XXXIII Volta ao Cristo, em Poços de Caldas, MG (25.1.2.015). Serão 16km, sendo 4,5km só de pirambeira braba para dar a volta ao Cristo e terminar dando uma volta no campo de futebol municipal, o Ronaldão. É uma cidade belíssima, em que eu passei boa parte das minhas férias da infância e da adolescência, no cinquentenário Condomínio Quisisana. Sempre que posso retorno para uma visitinha a Poços. Ainda mais agora que moro em Vinhedo.

É isso. Publicação rápida e saudável.

Feliz 2.015 a todos.



29.12.14

Bíblia.

A leitura continua. Comecei em 1º de novembro de 2.014 (veja a publicação de 3.11.2.014) e não há data para terminar. Sigo um ritmo constante. Em regra, todos os dias, a mesma quantidade (cerca de meia-hora por dia). Nesse ritmo, devo terminar a leitura em 10 meses. Mas é só uma previsão. Vamos ver. Estou hoje em Josué, 20. Seguirei. Com fé em Deus, sempre. Os frutos desse caminho, aliás, já estão sendo colhidos.





A religião de Tiago.


Tiago é cristão. Acredita em Deus e em Seu filho Jesus. Não era. Ou não sabia bem o que era, se era alguma coisa.
Buscou lá e cá uma religião. Quase todas que conheceu o agradaram. Pontos satisfatórios, fragmentos não tão interessantes. Chegou a tempo em que precisava escolher. Se aquela não satisfazia mais que a outra, também imperfeita, pior, para ele, era não seguir nenhuma.
Escolheu. Chamados (de Deus) uma, duas, três, várias vezes vieram e, enfim, aceitou Seu caminho para Tiago, o Catolicismo.
E assim é até hoje. Tiago frequenta a catequese, lê a Bíblia, vai às missas, pede, conversa, agradece e é ouvido por Ele.
Nesse Natal, conta Tiago, orou para que Deus enviasse uma mensagem para ser lida perante sua família. Ela veio. Muito bonita. E, por coincidência, diriam (não existem coincidências, porém), foi a mesma mensagem da última missa dominical, da Sagrada Família. Vale reproduzi-la:
Colossenses, 3:
Instruções para um Viver Santo
1Portanto, já que vocês ressuscitaram com Cristo, procurem as coisas que são do alto, onde Cristo está assentado à direita de Deus. Mantenham o pensamento nas coisas do alto, e não nas coisas terrenas. Pois vocês morreram, e agora a sua vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a sua vida, for manifestado, então vocês também serão manifestados com ele em glória.
Assim, façam morrer tudo o que pertence à natureza terrena de vocês: imoralidade sexual, impureza, paixão, desejos maus e a ganância, que é idolatria. É por causa dessas coisas que vem a ira de Deus sobre os que vivem na desobediência, as quais vocês praticaram no passado, quando costumavam viver nelas.Mas agora, abandonem todas estas coisas: ira, indignação, maldade, maledicência e linguagem indecente no falar. Não mintam uns aos outros, visto que vocês já se despiram do velho homem com suas práticas 10 e se revestiram do novo, o qual está sendo renovado em conhecimento, à imagem do seu Criador.11 Nessa nova vida já não há diferença entre grego e judeu, circunciso e incircunciso, bárbaro e cita, escravo e livre, mas Cristo é tudo e está em todos.
12 Portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência. 13 Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou. 14 Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito.
15 Que a paz de Cristo seja o juiz em seu coração, visto que vocês foram chamados para viver em paz, como membros de um só corpo. E sejam agradecidos. 16 Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo; ensinem e aconselhem-se uns aos outros com toda a sabedoria, e cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus em seu coração. 17 Tudo o que fizerem, seja em palavra ou em ação, façam-no em nome do Senhor Jesus, dando por meio dele graças a Deus Pai.
Responsabilidade Social
18 Mulheres, sujeite-se cada uma a seu marido, como convém a quem está no Senhor.
19 Maridos, ame cada um a sua mulher e não a tratem com amargura.
20 Filhos, obedeçam a seus pais em tudo, pois isso agrada ao Senhor.
21 Pais, não irritem seus filhos, para que eles não desanimem.
22 Escravos, obedeçam em tudo a seus senhores terrenos, não somente para agradá-los quando eles estão observando, mas com sinceridade de coração, pelo fato de vocês temerem o Senhor. 23 Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens, 24 sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo. 25 Quem cometer injustiça receberá de volta injustiça, e não haverá exceção para ninguém.” (NVI - http://www.biblica.com/es-us/la-biblia/biblia-en-linea/nvi-pt/colossenses/3/nvi/, 29.12.2.014)
Não há duvidas para Tiago, Deus existe, tem telefone celular, “whatsapp”, vinte e quatro horas por dia, todos os dias de todos os anos e eras. Acredite no Tiago.



28.12.14

Objetivo n. 332.

Publicar diariamente no blog. Para começar, meta dos 30 dias, a partir de hoje. 28.12.2.014 até 26.1.2.015. Me acompanha?


Decisões de fim de ano.

Fim de ano sempre o mesmo. João sentia vontade de fazer um milhão de coisas. Vou naquele lugar, ligarei para fulano, encontrarei beltrano. Escreverei tudo o que deixei de escrever durante os 355 dias anteriores. 
Afinal, os últimos dez dias do ano não tinham 24 horas para ele, mas 36. (Acontecimento não muito raro nessa época.) Nosso amigo aproveitava. Andava mais vezes de bicicleta, corria umas voltas extras na pista. Lia, passeava e descansava também.
E, claro, tomava suas decisões de fim de ano. Ah, ano que vem exercício quatro vezes por semana, sem exceção. Acordar cedo todos os dias, escrever com mais regularidade, aproveitar melhor o dia, televisão na não.
O ano vindouro, como sempre, vinha. Já o cumprimento das metas, bla bla bla. 28 de dezembro e ‘do ano que vem não passa’.
João, meu caro, o ano que vem não existe. Quando ele chega, já passou. Se vem, não vem, não é, será. E ‘será’ não alimenta, não tem energia. Amanhã, João, só Deus sabe.
Por isso, tire sua caneta de trás da orelha. Anote bem os ingredientes da receita de ano novo:
o   uma xícara de vontade;
o   uma colher de sopa de coragem;
o   500ml de iniciativa, e
o   um puxão no lóbulo auricular.  
Misture, dê uma chacoalhada e pronto, vá à luta.
Muitas grandes ideias nasceram dessa receita. Tente você também.
Entendido, João. É isso. Decidido está? Então, comece agora, não deixe para o ano que vem. Insisto, ele não existe.  

27.12.14

Para os que não têm tempo, não gostam ou têm preguiça de ler. Ouçam e vejam. Primeiro vídeo-texto.

O primeiro vídeo-texto. Espero que tenha ficado legal. É a leitura de um trecho de texto que escrevi em 26 de julho de 2.014. Estava em Monte Verde, MG, à passeio. Fazia frio e resolvi escrever sobre tema bastante presente nas páginas dos meus cadernos: a página em branco.


2.12.14

Sobre a felicidade.

O que é a felicidade? Sentimento ou movimento? Fim ou meio? Vida ou sobrevivência? Antônimo de tristeza ou apenas um canto de passarinho? Ela chega ou nós chegamos nela? Paciência ou sabedoria ou esforço Herculano? Tudo isso e mais um pouco ou nada disso e misturado?
Não sei dizer.
Tão pessoal e, ao mesmo tempo, impessoal, essa “coisa” é dos maiores mistérios que temos. Se dinheiro não traz felicidade; o amor insatisfeito é matéria musical, literária, política e artística em geral; a perseverança o atalho para o sucesso, as frases são o alcance do sujeito. Mas não são.
Essa tal felicidade é algo muito maior que uma definição tinteira. É organismo vivo e mutável. Detém infinitas partículas, de sabe-se lá o que, em constantes esbarrões, explosões, transformações e mútuas difamações.
O ser humano, assim, é escravo e senhor, papel e caneta, universo e elétron, resultado e elemento. Quando termina, começa. Não se satisfaz e, por isso, questiona, anima e desanima desejos, vaga ao encontro do conforto, do sentido de viver. Talvez aí a tal felicidade. Na consciência.
Vivo e, se vivo, vivo. E basta. Se ligarem o modo “hard”, como dizem, que bom. Aprendizados, experiências, superações e força motriz. Se no “easy”, respiro, descanso, preparação. Como nada é 100% ruim ou bom ou, ainda, imutável, eterno, acreditemos na felicidade. Ela, afinal, mais que sentimento ou momento ou fim ou meio etc., não é, será.
Felicidade e vida é a mesma coisa. Não se separam. Então, não se misturam. Todos, vivos, possuímos felicidade. Encontre-a. Não nele, naquilo, naquele lugar, nesse instante, mas em você mesmo. Todos somos capazes de sermos felizes. Descubra, permita essa capacidade-vontade e será também. Feche os olhos, aquiete-se, preste atenção na sua respiração (sim, você está respirando agora, hehe).
Portanto, sim por fim, o que de pior você imagina que possa te acontecer hoje, pois é só o que você tem, já que amanhã ainda não veio? Dor física passa, muda, é perceptível e podemos conversar com ela. Dor espiritual, mental, em certo nível, não é, não somos mais. E, antes disso tudo, como mais importante ainda, permitida a vida, vivendo-a, mais árdua que pareça, mesmo assim, vivemos.

A felicidade vive.


A música inspira, com certeza. Já estava pensando em escrever sobre a felicidade. A música 'Felicidade', cantada por Lupicínio Rodrigues, deu um empurrãozinho.

Curtam essa bela letra. 




Felicidade foi-se embora
E a saudade no meu peito ainda mora
E é por isso que eu gosto lá de fora
Porque sei que a falsidade não vigora
Lá onde eu moro tem muita mulher bonita
Que usa vestido sem cinta e tem na boca um coração
Cá na cidade se vê tanta falsidade
Que a mulher faz tatuagem até mesmo na pensão
Felicidade foi-se embora
E a saudade no meu peito ainda mora
E é por isso que eu gosto lá de fora
Porque sei que a falsidade não vigora
A minha casa fica lá detrás do mundo
Mas eu vou em um segundo quando começo a cantar
E o pensamento parece uma coisa à toa
Mas como é que a gente voa quando começa a pensar
Felicidade foi se embora
E a saudade no meu peito ainda mora
E é por isso que eu gosto lá de fora
Porque sei que a falsidade não vigora
Na minha casa tem um cavalo tortilho
Que é irmão do que é filho daquele que o Juca tem
Quando eu agarro seus arreiros e lhe encilho
Sou pior que limpa trilho e corro na frente do trem
Felicidade foi se embora
E a saudade no meu peito ainda mora
E é por isso que eu gosto lá de fora
Porque sei que a falsidade não vigora

Fonte: http://letras.mus.br/lupcinio-rodrigues/47152/




13.11.14

O 'álcool' venceu a enquete. O texto: A nuvem Rosa.

Entre os temas 'trabalho', 'religião', 'solidão' e 'álcool', este último recebeu mais votos.

Muito bem. Segue abaixo, o texto prometido. Bom, ruim, muito bom? Cliquem, comentem, interajam. Abraço. Muito obrigado mesmo pelos votos.



A nuvem rosa era azul. Não sua coloração, rosácea mesmo, mas seu humor. Azul azul amanhecia e percorria o céu. Não naquele dia, porém.
As nuvens dificilmente estão sós. De existência tênue, costumeiramente se ajuntam para prolongar sua beleza. Elas não gostam de desaparecerem não.
Nossa nuvem é a nuvem Rosa. Nascida em entardecer na Serra São José, quando conheceu o Seu Zé tinha apenas cinco minutos de clarão.
Era dia seco, quente e abafadão. A Rosa estava sozinha lá em cima. E, porque não sabemos, pousada bem em cima da chácara do Zé.
O Zé era mais um desses cumpadi que nós da cidade temos aquela invejinha. Acordava com os primeiros raios, tomava café de coador, broa de milho, leite quente fresco, queijo mineiro. À tarde, doce de leite, mais café fresco, pão de queijo, polvilho. O tempo parece que corre mais lento, que é mais longo. Das últimas luzes do sol tirava seu sono, percebia a mudança dos sons da natureza, dormia até o astro acordá-lo de novo. O bisavô, o vô, o pai, de outros nomes (Joaquim, Abreu, João), com iguais histórias de roça. Poucas posses, muito trabalho, ritmo do fumo de corda. Planta, cuida, nasce e come.
Nossos amigos naquela tarde se cruzaram. Na verdade, não foi bem cruzamento, já que o Zé, a essa hora, como sempre, estava na rede do copiar olhando a São Domingos com um olho só. Foi mais um esbarrão. Daqueles de destino, sabe?!
Foi assim que a nuvem Rosa conheceu o Zé. Por acaso, no ocaso. Fixou-se naquele ponto do céu baixo, segurando-se nos ramos de uma árvore pequena. E era como se estivesse sido criada para ele. Já o Zé, com o sono à galope, não deu muita bola à Rosa. Viu que não viu, dormiu.
Bem que o povo daquela pequena vila serrana comentou no dia seguinte: “viram quela nuvi bunita ontem d’arde?!”, ficou parara bem uns cinco minuto só ela lá no arto, nunquitinvisto isso, sô.”
“Vi sim”, disse Seu Zé, já di pé no bar em frente à igreja. “Ela paricia qui tava de oio nimim, coisi di doido. Fiz que não fiz e fechei os zóio, achei mió. Quando fecho os zóio eu sumo. Num é assim?! hehehe hehe he.”
Quanto à Rosa, sem olhos, com milhares de partículas de lá para cá e acolá, ao invés, havia ficado uns, na verdade, sete minutos estática lá. Se podia não podia, mas ficou. Dia seguinte, tão quente quanto, lá novamente ela, dessa vez, sobre o quintal do Zé. Baixa, escondida entre dois morrinhos e uma dúzia de árvores médias. Bem que só dava para o Zé vê-la.
Viu. O olho aberto abriu mais um cadinho e logo fechou. Medo o Zé sentiu. “Cá que essa nuvi pareceu de novo? Vô abri num vô abri?” Abriu. Tava ela um pouquinho mais baixa. Mais perto da altura do telhado da casinha térrea. “Oi.” “Oi?! Falou, quem falou? Onde tá tu, tatu?”
É bem verdade que Seu Zé tinha bebido pouco a mais queledia. Calor, papo baum, a história da nuvi. Bebeu sim. Mais isso deixa a história melhor. Nunca saberemos se o “oi” e os próximos fatos realmente aconteceram ou se não passaram de imaginação do Zé.
Dia seguinte, mesmo tempo seco. Pó-poeira. Seu Zé contou para os cumpadi sobre o “oi”. Não deram corda, conheciam o már da cachaça. Pálpebras baixas, cara rosada-avermelhada, sorriso fácil, cansaço, muito torpor para um homem só. Zé incucado manteve os dois olhos bem abertos naquele fim de tarde. Espera, espera. Sono, dormiu.
Acordou com frio. Abriu devagarinho os olhos e o ar estava esfumaçado. “Eita, não pode ser queimada. Esse frio, meu Pai do céu?! E tá tudo meio rosa, ixe.” Saiu da rede, passos até o quintal, viu a varanda metida em neblina. Fora de lá, quente. “É quela nuvi doida. Vô é pra perto das vaca, lá é mió, lá é mió.” Foi. 
Nova tarde. Zé distraído, Zé beberrão, esqueceu da Rosinha e dormiu pesado na rede. A Rosa gostou. Observou o Zé, observou e observou.
“Que tá molhada essa grama? Tudo seco, sozinho, seco, triste, e meu quintal assim. A nuvem!”
E quela tardinha foi, dizem, única dentre tantas. Ele não bebeu. Esperou sentado e ela surgiu. “Oi.” “Oi”, disse o Zé. Ele podia ser desconfiado, supersticioso, e gostar da água de alambique sim. Porém, Zé era corajoso. Não logo. Mas a coragem vinha. Preguiçosa, mas vinha. Coragem daquela que vem com sentido, convicção, forte mesmo. “Sou a Rosinha.” “Aqui é o Zé.” “Não tem medo?” “De cobra, resfriado, revórvi e da seca. Nuvi é baum, é bunita.” Não disseram mais nada.
Passaram-se três dias. Nosso personagem passou eles “nas nuvens”. Do trabalho para a rede, sem bar. Achou ótimo. Ele não era alcóolatra. Bebia pouco, só que logo estava alterado. Há pessoas assim. Se continuava passava bastante mal. Bebia pouco.
No quarto dia, após quela tardinha boa: “sentiu minha falta, Zé?” “Sabia que ia vortá. Por que sozinha?” “Por pouco tempo. Logo virão meus parentes. Céu baixo, confusão, desaparecerei. A vida das nuvens é curta. Mesmo assim, como as borboletas, somos preparadas e conhecemos todo o ciclo por qual passaremos. As respostas, as perguntas e as charadas do mundo.” “Eita, conte pra eu, intaum.” “Não posso. Gostei de você, mas não posso. A nuvem não pode, mas brincalhona que é, interage com os seres humanos. Transforma-se em carneirinho, rosto, cavalo, baleia, urso, dentre tantas outras formas. Segue carros, caravanas e até conversa com caras especiais como você. Mas é só, e breve.” “Estou com sono, vô drumi. Chove ni mim não dona nuvi.”
Acredite se quiser, o Zé dormiu. Dormiu bem. A Rosa, cobrindo a grande claridade da lua, deixou a temperatura boa para ele. Fresco o suficiente, nem muito, nem pouco.
Seu Zé não viu mais a Rosinha. Dia que veio manheceu úmido, nublado. Depois do café quente, choveu. O Zé parou na beira do copiar, sorriu, e choveu também.









5.11.14

6.000 visualizações.

Muito obrigado. Continuarei o esforço para, com regularidade, preparar bom conteúdo. Voltem sempre. Grande abraço, Piero.




4.11.14

Inconformidade.

Inconformidade. Com a situação. Mas sou, estou conforme ela. Então, como imaginar disforme? Talvez seja eu, e não a ocasião.
Acessos seguros para lições novas. Ligações surpresas entretidas por mudanças climáticas. Quero, porém, rede, água de coco bem doce e gelada, pé na areia, vista para um belo trecho de mar.
Mar demais corrói. Volto para dentro. Quero lá fora. Chove, faz frio. Calor.
Do início me perco. Retorno, já que até agora continuo aqui. Distrações, distrações. Tempos de todas. Cidades, pessoas, virtualidades, compromissos todos, segundos poucos.
Minutos. Horas. Dias etc. Poucos? Não, muitos. Sempre? Hoje sim, ontem talvez, amanhã não sei, mesmo porque eles já passaram. Os que passarão, como diz o poeta, passarinho.
          Ponto.  

3.11.14

Clube do livro: Bíblia.


Dispensados comentários prévios sobre este livro, claro.

Já comecei. Estou gostando bastante.

Me acompanha?


18.10.14

Comissão dos Novos Advogados - IASP (Instituto dos Advogados do Brasil)

Orgulho de participar desta importante Comissão de Advogados:

http://www.youtube.com/watch?v=Gdqn7SCS7vE

http://www.iasp.org.br/comissao-dos-novos-advogados/


13.10.14

A prova para a concessão da justiça gratuita. Monografia pós lato sensu processo civil.

Para quem gosta de Direito, deixo o link da minha monografia da pós graduação lato sensu de direito processual civil, publicada no Jus Navigandi. Abraço.

http://jus.com.br/artigos/24336/a-prova-para-a-concessao-da-justica-gratuita


3.10.14

Enquete.

De 3/10 a 11/11, vote na enquete localizada na parte superior direita do layout do blog. Obrigado.



1.10.14

Lampejo do cotidiano.

Passo em frente à terra do nunca no caminho de ida e volta do trabalho. Não, não é a do Peter Pan. É um terreno com construções simples e sem manutenção. Janelas quebradas, mato alto, quase ermo. Na entrada, uma placa vermelho diabo com a inscrição, em preto, ‘terra do nunca’.
Não conheço os moradores, a história do lugar, muito menos a da placa. Mas ela basta em si mesma. A fantasia, o sonho de Peter Pan em não crescer encanta. Ler ‘terra do nunca’ me remete ao pensamento de eternidade, de durabilidade.
Talvez por isso esteja lá o convite. Não importam as janelas de vidros fragmentados, a pintura que descasca, o mato que cresce livre, mas o ‘nunca’, que sobre a terra descansa sem pressa.
Mais, enfim, o pensar, o imaginar, o opinar, do que a primeira vista. Não precisa quebrar a sua janela, não é isso, apenas seja feliz. Não custa tentar. Talvez uma placa ajude – deve ajudar. 

25.9.14

Ficha de personagem - O conto virá em breve.

Ficha do protagonista

Nome: Nuvem rosa.
Apelido: 
Boquinha.
Data e local de nascimento: 
3/6/2014; quintal do Zé.
Sexo: 
Menina.
Etnia: 
Das solitárias.
Classe social: 
Alta.
Altura e peso: 
1.200m em relação ao nível do mar; 270 Kg.
Estado civil: 
Solteirona.
Escolaridade: 
Todas, desde que o mundo é mundo.
Religião: 
Das de cima.
Extrovertido ou introvertido: 
Introvertida.
Profissão: 
Criadeira.
Passatempo: 
Criar surpresas.
Prato preferido: 
Transpiração da alfazema.
Fale um pouco de sua mãe: 
Normal. Puxões de orelha, beliscões e delicadezas.
Fale um pouco de seu pai: 
Severo. O melhor é esse caminho, minha filha, senão corto sua mesada.
Tem irmãos? 
A perder a conta. 
Grande amor de sua vida: 
O Zé.
Quando perdeu a virgindade: 
Dia 27/6/2014. Confusão, tarde quente, céu baixo.
Um problema de saúde: 
Cadê o Zé? Depressão.
Maior virtude: 
A coragem.
Pior vício: 
Zé.
Um segredo inconfessável: 
Háh, e acha que vou contar?!
Acredita na imortalidade da alma? 
Quantas perguntas, quantas perguntas. Próxima.
Acredita em civilizações extraterrestres? 
Próxima. (Não posso falar sobre essas coisas, sabe como é, né?!)
Frase predileta: 
Oooooh, Zé?! Ooooooh, Zé?! (Risos.)
Outros dados importantes: 
O horizonte é o limite, mas não é.
Quem ou o que é seu antagonista? 
Céu baixo.
Quando e como morreu: 
Humidade, choque, mais choque, bum, cabum e por aí vai.

19.9.14

Formigas.

Versado de beijos não sou
Pé de valsa queria ser
No forró o pescoço suou
Dei lá um de merecer

Ela nem tchum
Fiz então uns versinhos
Não ganhei sequer um
E sim meus sinhozinhos

Sou servo
De vocábulos distantes
Que se encontram de modo torvo
Mas que dizer, se assim são os principiantes?!

Por isso aqui findo
Não sem antes beijá-la
Na bochecha formigas sentindo
Não na minha ou na dela, mas na que valha.


17.9.14

Tec tec tec tec

Não costumo acompanhar a velocidade e os sons do teclado vizinho. Enquanto as minhas caminham em galinheiro, as dela no campeonato mundial de ping pong.
Não fiz curso de datilografia. Quando nasci a máquina de escrever já era volume incômodo de armários. Curioso, cheguei a bater duas, três letras –, só. Logo sentei em frente ao teclado do computador, como agora.
Nesse caminho, também de muita esferográfica, aprendi a catar o ‘a’ com o mindinho, o ‘i’ com o dedo do meio, o ‘m’ com o indicador. E já olho bem menos para o teclado do que antes.
Mas, mais do que técnica, teclar, acredite em mim, envolve calma. Observe o seu colega, a sua coleguinha. São calmos? Não são. Têm a sua idade, não são datilógrafos e digitam melhor e mais rápido do que você. São muito estressados.
Aconselho, então, que você mantenha a serenidade. Não tente ser mais rápido, “melhor”. E que continue buscando as letras com os dedos, não faça igual à animação internética do bonequinho que, cansados os polegares, anelares etc., incitou os capilares (já viu?).  
Sim, é questão filosófica, meu caro. Sei que você bombou essa matéria na facul (eu também), mas todos temos que enfrentá-la dia desses.
Enfim, como dizia, a pessoa ao lado digita e você quer teclar mais rápido do que ela, confesse. Dessa batalha silenciosa – nem sempre –, você deve fugir. Se possível, ouça musiquinhas no fone de ouvido e busque concentrar-se mais no trabalho do que no teclado ao lado.
Sei que é difícil, sei que é difícil. O adjacente (é esse o nome que ele merece) irá provocar, correrá cada vez mais veloz pelas malditas letras pintadas em plástico sem graça. Irá arrancá-las e trocá-las de lugar, mas tudo bem. Você manterá a calma (lembra dela, lá em cima?!), normalizará o caos e – escreverá mais devagar do que o filho da mãe. E tudo bem.
Porque você não é, eu não sou, ele tampouco, nós, vós, eles, dedos atônitos, antes maníacos por dedilhados – seja lá o que isso signifique. Tec tec tec tec tec tec  

12.9.14

A musa.

A minha musa. Não tem relação com poesia, futebol ou pintura. Permanece estática quando me afasto. Se aproximo, ela foge. Se longe, saudade. Perto, nos estranhamos. Terminada a obra, ficamos bem. E não me apareça mais por aqui. Apareço. Venha, minha querida. Volte. Me dá uma mãozinha aqui. Ela dá. Pelo menos, penso que sim. Até acredito que ela goste de mim. Ela diz que não. Alguém já disse: se a inspiração vier, que me encontre trabalhando. Pronto.

Compromissos. Todos.

Todos os compromissos que me meto a cumprir. Domingo a domingo. Trabalho, família, amigos, esporte, leituras, escrita, espiritualidade, macaquices, outros.
Começa a semana, em poucas horas. Em menos, muito menos, novos compromissos. Dio mio. Arranja de cá, mexe de lá, ainda temos o mês.
Mês imenso, penso eu. O mês passa. Pouco fiz. Ah, ano bom, ano longo longo. Ixe, ficou para o ano que vem.
E vem? Vem, se Deus quiser. Veio. Certo, mas por que fazer hoje o que posso deixar para amanhã. Amanhã, se posso deixar para depois? Posso? Posso.
E vinte e nove anos seguidos (claro, já viu alguém pular aniversário? tem todo ano, é batata). E um exponencial de compromissos, bons e ruins e mais ou menos.  
Porém, não adianta reclamar. A primeira linha (que comecei há alguns dias, mas parei no meio, por conta de outras tarefas) resume: eu escolho. Os programas agendados na minha vida, hoje (e sempre, diria), só dependem dos meus interesses, das oportunidades (que busco) e da minha disposição.
Por isso escolhi continuar. As palavras, os pensamentos, as horas, o volume do som de Robert Nesta Marley, o Bob, e as escolhas – todas.
Escolha você também.


2.9.14

Tempo po po po.

Passe tempo, passe, faça o que você sabe fazer. Pois, eu faço, por conseguinte, o que me cabe, corro atrás de você. Sempre à frente, assim, tu vais. Oh tempo tu voas, tu passas muito é rápido, muito é depressa. Que tanta pressa é essa? Desacelera meu caro. Dê tempo ao tempo. Hehe, tempo seu grande camarada misterioso. Me contas vai. Me contas como te driblar. Como que harmonizar contigo. Como que de bem comigo. Oh tempo seu egoísta. Tu escolhes o que queres e assim é que é. Diteis o que vos bem entendeis que então de bem devereis por fim aconteceis. O Seu Tempo crescido já velho tempo. Sereis único? Tereis semelhantes? O que pensas dos relógios? Estes senhores de infinitos servos, súditos, escravos, dependentes, submissos e eternos racionais. Quem te crias? De onde surges? Por onde vão seus domínios? Oh tempo, oh semelhança reflexa do dia e da noite e da noite de outro dia que por entre tardes faz semanas que meses por anos que décadas, séculos, milênios, tempos, eras, tempo. Velhos e novos tempos. Então sereis vários? Diferes de hoje o que foi ontem? Dizeis que amanhã um novo dia? Ontem já passou, hoje que venha. Tudo passa? Tudo vem. Tudo mudas. Mudas crescem. Tempo, oh meu caro Tempo. Tanto que escrevo no tempo que tenho para tanto. Mas, que tempo que nada que tenho não passa do tempo que tenho para algo, pois que passa que logo acaba e tenho que novo tempo para que venha outro tempo para que passe em outra coisa. Então que tempo que é esse que tenho se que passa e que tempo outro vem e que passará como que sempre passa e de novo que novo virá e passará? Tempo nenhum então tenho pois que se fosse meu meu seria mas se passa e nada há que tenho que possa eu tentar ter meu tempo então nada e nada como eu pode nadar para enfim tentar alcançar propriedade além do que se tem a nado. Tempo então, oh tempo então então corras faças o que é que tenhas que te fazer. Eu, meu caro Tempo, farei que há de fazer, pois o que qualquer que eu faça, tempo me resta e se me resta faço.


1.9.14

Suspensão.

Já pensou que às vezes a vida parece suspensa?
Domingos sem compromissos, sem cansaço e sem cinema são assim. Tudo suspenso, até mesmo a vida.
Segunda-feira. Semana. Outro domingo. Mês. Ano.
Estabeleço uma meta. Agora sim, agora sossego. A meta é conquistada, escolho outra. Conquisto.
Gostaria que o tempo não fosse tão incômodo.
As horas, os minutos e até os segundos conversam comigo. Faça isso, aquilo, agora. Não perca tempo. A vida é curta.
A vida é curta. Essa é boa, essa é boa.
A existência cobra. Talvez essa seja melhor.
E cobra mesmo: arrependimentos, frustrações, derrotas.
(Também recompensa: alegrias, vitórias. Mas não conte para ninguém – positividade não dá ibope.)
E a suspensão, a perceptível suspensão?!
Repare. E repare na tensão. Infinitos estímulos, previsões, sensações, pessoas. Confusões de caminhos, de escolhas, de oportunidades. Como se estivéssemos sempre à espera. À espera de que?!
Se não centrarmos no nosso ideal e confiarmos em nós mesmos, catapéin, já era. Desespero, aflição, dúvidas.
Então, concentre-se. Atenção. Não suspenda isso. As outras coisas sim. Afinal, é só fantasia sua (e minha) – a vida é contínua.

Viva. O resto virá, você queira ou não. 

21.8.14

A caneta

A caneta esconde o verbo.
Da página vazia sempre em fogueira,
Lembranças novas daquilo que ainda não foi.

Quem escreve sua.
Exala álcool por detrás de tapume branco e preto.
É o próprio servente para assuntos diversos.

Se escreve a si, duvida dos outros.
Se aos outros, dele.
A palavra, uma só, é meteoro.

Resta ela (a caneta).
Porta para tanto,
Chinelo do Seu Gravata.


Mais um exercício.

E sigo buscando as palavras. E elas vêm.

Vida meteoro
Solidão gravata
Alegria chinelo
Tristeza moeda
Amor raiz
Medo porta
Paixão túnel
Saudade caneta
Felicidade página vazia
Ilusão estátua
Ideal álcool
Esperança fogueira
Ódio tapume
Ciúme buraco
Beleza servente