31.1.15

A leitura segue.

Decidi dar um tempo no Velho Testamento. Comecei o Novo. Voltarei para o Velho. A leitura deste é árdua. (Não cheguei nem na metade ainda. Estou no final de 2Samuel.) Além de pessoas importantes terem me dito que é melhor começar pelo Novo. Nem um nem outro, lerei os dois. Época mais um, época mais o outro. Devo terminar o Novo antes. Muito boa essa estratégia. O Novo está bastante interessante.

30.1.15

Lugares.

Estamos no lugar onde devemos estar. E só mudaremos quando aprendermos tudo o que esse lugar nos reserva. Disse certa senhora.
Vai ver que é verdade. Mas, ansiosos, queremos mudar logo, para ontem. Não adianta. Tudo tem seu tempo. De novo, ela.
Tudo bem. Mudar é bom, porém aprender é ainda melhor. Então, até lá e, ainda mais além, que tenhamos algo a ensinar. Afinal, não somos plantas para ficar parados, contudo, também não somos macacos para (você sabe o resto).
Fui. (Ainda não.)


Televisão.

Visão passiva
Ativa a mente
Corpo cansado
Neurônios entrelaçados
Prefiro o rádio
Mais fácil, livre
Livro sentidos
Aumento meu passo
A televisão não me deixou burro demais

27.1.15

Saia da obrigatoriedade e cuide de você.

Com alegria, publico mais um texto de colaboradores. Esse é da jornalista Larine Flores, simpática colega das letras. Ela publica seus textos no blog https://almaemflor.wordpress.com/ Vale conferir.


Saia da obrigatoriedade e cuide de você


Essa postagem reflete bem meu afastamento do blog nos últimos dias. Precisava de um tempo meu para digerir tantas mudanças e algumas perdas. No começo, me senti culpada em não continuar o projeto. Depois, entendi minha necessidade e como eu mesma me culpava por ela. Pensei em tanta gente que se sentiria culpada da mesma maneira. Daí nasceu essa postagem.

Desde pequenos somos condicionados a fazer o que é preciso: acordar na hora certa, agir socialmente, seguir as regras da boa educação; Ao crescermos, nossas atividades vão mudando, mas as regras e imposições só se adaptam. Chegamos à idade adulta em um condicionamento feroz de que há coisas mais importantes que aquelas dentro de nós e que a saúde emocional não deve interferir na vida prática. Mas será tão simples?

O pai da psicanálise, Sigmund Freud, já dizia: “Somos feitos de carne, mas temos de viver como se fôssemos de ferro”. Apesar de todas as contradições na vida do renomado estudioso, tal frase tem impacto prático e é provada verdade todos os dias. Devemos sempre ignorar quão humanos somos e trabalhar feito máquinas, pensar como robôs e nos condicionar como pequenas peças em uma indústria. Até quando? Em 2011, quase quatro anos atrás, a depressão já era tema na mídia. Nesta reportagem, um renomado jornal fala sobre como a doença pode desencadear dores físicas. Esta outra matéria, publicada três anos depois da primeira, confirma a descoberta e aponta: o problema é uma das principais causas do afastamento no ambiente de trabalho.

Pode ser que a priorização da vida prática não te leve à depressão – mas lembre-se, existem vários outros transtornos e problemas, até mesmo físicos, causados pela falta de equilíbrio emocional. Pode ser que você nunca precise tirar licença no trabalho, nunca falte à escola, nunca sequer sinta o peso de qualquer tipo de avaria emocional. Se esse for o caso, sorte a sua e azar de mais de 350 milhões de pessoas. De qualquer maneira, tendo em vista a dimensão tomada pelos problemas psicológicos, é preciso repensar e desconstruir essa cultura do trabalho e da abdicação absoluta.

A cultura da obrigatoriedade nos faz achar bonito sacrificar tudo por um ideal, mas que sentido isso faz?
A cultura da obrigatoriedade nos faz achar bonito sacrificar tudo por um ideal, mas que sentido isso faz?

É normal entre as empresas mais antigas a valorização do funcionário que trabalha com dores, que ignora os problemas, que nunca tira folgas e está sempre disposto a fazer mais algumas horas no trabalho. Entre as companhias mais jovens, onde uma nova filosofia do trabalho começa a surgir, não tanto: a saúde física e mental do funcionário tende a ser prioridade. As mudanças não indicam que as empresas estão se tornando mais boazinhas, mas mais inteligentes e responsáveis. O funcionário que se mata de trabalhar sem folga ou direitos se torna estressado, provavelmente sedentário, quase sempre desenvolvendo um problema emocional. Ele se liga tão fortemente à empresa e ao trabalho em si que deixa de viver a própria vida em detrimento da companhia. Apesar de parecer positivo aos contratantes, não é. Ele se atrela àquilo como uma conquista pessoal e passa a não conseguir delegar responsabilidades, se torna acumulador das tarefas e assim, perde qualidade no trabalho.

Tudo funciona como um ciclo: a pessoa que força a barra acredita ser a única competente e capaz, acumulando tarefas que já não consegue desempenhar com a mesma destreza até que a bomba estoura: um problema, uma ação mal calculada, um erro. O funcionário, que se achava todo capaz e poderoso, cai em um poço sem fundo de frustração e tristeza. A essa altura, ele já vive pelo trabalho e acredita ser apenas o profissional. Ele atingiu o ponto de desgaste emocional onde o afastamento é mandatório. Sem saber quem é fora do ambiente corporativo, é encaminhado a médicos, passa por tratamentos e descobre o diagnóstico: esgotamento, depressão, síndrome do pânico… Por aí vai. Ter esse processo em mente é o que faz as novas companhias pensarem em direitos e diversões para o funcionário – e é também o que faz os novos profissionais encararem o emprego como uma parte da vida, e não o todo.

Aqui o exemplo foi o emprego, mas muitas vezes a gente se doa tanto para um relacionamento, para a família, para os filhos… que o mesmo acontece. Não encontramos equilíbrio. E o equilíbrio é, sim, a chave para uma vida feliz. A proposta desta postagem como um todo é trazer a reflexão: eu faço o que faço por amor, por desejo, por vontade ou eu sou escrevo daquilo que escolhi? Se pensa que pode estar caindo na segunda opção, esteja atento. Saia para dançar, vá ao seu restaurante preferido, tire um fim de semana de folga sem pensar no trabalho, encontre os amigos, planeje uma viagem… Faça algo por você. Se sua vontade for só passar um dia na cama e se recuperar emocionalmente de qualquer coisa, como foi comigo, tudo bem também.

A obrigatoriedade da vida não deve e nem pode nos esmagar tanto. Somos tão condicionados a viver como robôs que, na mínima tentativa de pensar em si, cada um ouve uma vozinha lá no fundo apontando egoísmo nessa ação. Na verdade, egoísmo é se achar tão imprescindível e indispensável a ponto de se dar inteiramente a algo e esquecer outros aspectos da vida. Equilibre, pense em si, aja por você. Ironicamente, essa é a melhor maneira de ser autêntico e agradável também para as pessoas ao seu redor.

https://almaemflor.wordpress.com/2015/01/22/saia-da-obrigatoriedade-e-cuide-de-voce/ , 27.1.2015.

24.1.15

O nada.

Se o nada é nada, já é. Deixou de ser nada. Se o universo se expande continuamente, desde o big bang, já foi. Pois, nada se criaria do nada. Porém, que nada, não sabemos as respostas. Como diz o filósofo, enfim, "só sei que nada sei". Mole não. Chegar onde chegamos sem nada saber sobre o nada. Só por Deus. Talvez, a única verdadeira resposta.

20.1.15

Cadeia.

A pena entrou em greve. “Não escrevo mais.” “Mas, assim não pode ser, o mundo precisa da escrita”, contestou o escritor. “Discordo. Você não chegou até aqui?! Aliás, nem sempre se escreve. Prefiro os desenhos, a fala, a música e as esculturas. Escrever é tão cansativo. Estou farta dessas suas dúvidas, com pausas, com riscos e com inserções.” Ele, indignado: “essa é boa, essa é boa, hahaha. O trabalho de um pincel, pode apostar, é muito mais desgastante. Vive com a cabeça molhada e multicolorida. As ferramentas de um escultor, mais ainda, são castigadas intensamente. Bate, puxa, descasca, fura.” Ela se calou.   
No dia seguinte, angustiado, ele a buscou da gaveta, esperançoso de ânimos mais serenos. Que nada. Mesma casmurrice.
“Não é possível. As pessoas sentirão muita falta dos seus préstimos, entremos em um acordo, o que propõe?”
Interessada, a dona da escrita pensou, pensou, e teve uma ideia. “Aceito. Diferentemente de outras artes ou funções, escrever e ler demandam muito mais imaginação e esforço para o interlocutor. O trabalho é meio pronto. Seu final vem pelo outro. Este, além dos estímulos intuitivos do tato, da audição e da visão, deve conhecer todo um complexo código, o das letras. Por isso, ou sabe-se ler, ou o texto não terá serventia. Assim, sinto inveja das outras artes, mais populares. Também quero entrar nessa dança, poxa. Pois bem, o acordo é esse: voltarei a trabalhar se você concordar em defender, em divulgar, em enriquecer meu lado artístico. Chega de escrever só cartas, panfletos políticos, normas jurídicas e avisos de “propriedade particular”. Use-me para o encanto, para a surpresa, como faísca da imaginação, como impulso para um lugar melhor. Combinado?!”
Dizem que foi assim que foi escrito o primeiro livro.


19.1.15

Área de trabalho.

Novos cinco minutos. Rápido, instantâneo, tenso. Surpresa de traçar linhas no desenho, atitude de teclar o abecedário na tela morta do computador. Dois minutos. Corre, corre. Novamente, a prioridade, a ansiedade. Ou a garra, a escolha? Quatro minutos. Mais de vinte e nove anos e meio, e muito mais. Dez segundos. Cinco. Seis linhas. (Nunca fui muito bom com números.) 

18.1.15

Objetivo n. 333.

Simplesmente esqueci de publicar no dia 16.1.2.015, em dois terços do desafio (http://escritamcp.blogspot.com.br/2014/12/objetivo-n-332.html ). Resolvo concordar com a sugestão de um amigo, começarei de novo. Mais 30 dias. Vamos até 15.2.2.015. Vocês vão ter que me engolir, rsrs.


Voo livre.

Tanto que voa,
Cai rapidamente.
Mas fácil plana.

17.1.15

O tempo, CIII.

Priorizar, acostumar, treinar. Durante, as horas vão. Para aonde?
Bom ou ruim? Depende? Se perdemos o voo, ruim. Se ganhamos a corrida de velocidade, ótimo. E se esquecemos de algo? Passou.
Em qualquer das hipóteses, o tempo não é relacionável, não é comensurável, pois não pode ser configurado, não para. Nós sim. Para isso, entretanto, haja estímulo, disciplina, treinamento da memória e, acima de tudo, escolhas priorizadas.
Devemos entender nossos próprios tempos e aprender a conviver com eles. É um equilíbrio tênue. Corro de manhã, ou corro no final de tarde? E quanto a escrever?
Como se lembrar de fazer determinada coisa? Qual sua prioridade, sua imprescindibilidade? Coloco na fila. Na lista.
E o tempo passa.
Passou.
Nós também, com ele.
Sempre prefira a manhã, para quase tudo.


15.1.15

Seu Tonho IV.

Torna torto
Traços têm tralhas
Taturanas tamborilam tam-tans
Tonto, teme tanto
Tinta “t”s textuais
Traveste teses
Trilha tipos
Tenciona tristezas
Termina tricô


13.1.15

Tem na Bíblia.

É incrível (se bem que essa não seria a melhor palavra, hehe). O Livro engloba os principais pensamentos e vivências da humanidade. Não imaginava que tanto estivesse na Bíblia.
Dou um exemplo, claro. A ideia de conectividade das pessoas, muito já explorada em textos desse blog (e em incontáveis outras fontes, evidentemente), está em Rm. 12 (Romanos, capítulo 12). Confira (a passagem aborda outros juízos interessantes também).
Mais: é perceptível que Suas fundamentais parábolas foram amplamente divulgadas ao longo dos tempos. Seus personagens, Suas mensagens são atemporais.
Quando pequeno, ao questionar a existência de Deus, meus pais diziam que não teria como ele não existir, pois os homens não seriam capazes de criar a Escritura. Deus, o único autor da bondade e da sabedoria bíblicas. Concordo.
Ainda não terminei de ler. Começarei o livro II Samuel. Mas, vez ou outra, leio passagens posteriores. E muitas outras já ouvi ou li em diversas ocasiões. Contudo, vale a pena lê-La do começo ao fim, com atenção. Os detalhes importantes estão Lá. As respostas, os caminhos.
Sim, confesso que virei um entusiasta da Bíblia. Estou gostando mesmo de conhecê-La melhor.
E recomendo a você. Todos os dias. Seja pouco, seja mais um pouco. Vá até o fim. Verá que vale a pena.
Registro, por fim, que não tenho receio de publicar textos “religiosos”, como se isso fosse prejudicial ao bom andamento desse blog. Não. Pelo contrário, a religiosidade, especificamente a católica, da Igreja Católica Apostólica Romana, faz hoje parte da minha vida, mais do que nunca. E, para meus textos serem verdadeiros, ou seja, de minha autoria, preciso ser eu. E isso sou eu hoje.

   

12.1.15

Que calor.

O calor preocupa. Valinhos e Vinhedo fizeram 34 ºC hoje. Muito quente. Abafado.
Dias desses escrevi que em 2.015 meus banhos seriam de menos de 2 minutos (http://escritamcp.blogspot.com.br/2015/01/2015-banhos-de-menos-de-2-minutos.html). Exagerei. Retifico o título para banhos de menos de 1 minuto. Sim, resolvi marcar hoje o tempo necessário de chuveiro aberto e foram exatos 56 segundos e 12 milésimos. Só.
Me preocupo em seguir esse padrão no restante do ano, pois vem chumbo por aí. Esse calor não tem vindo com chuvas regulares na região de Campinas. Sem chuva, 2.015 deve ser pior que 2.014. 
Então, capriche no seu banho também. Menos é mais. Além do mais, com esse calor absurdo a água nem refresca mais. Sai morna dos canos. Que calor.


11.1.15

O que é o Direito?

No meio do ano passado completei dez anos de estudos jurídicos. Entre teoria e prática, conheci diversas grandes áreas do Direito e algumas de suas subdivisões. Creio que, mesmo bastante pessoal, possa dar uma visão sobre essa bela ciência.
O Direito não é sociologia, não é antropologia, não é economia, não é filosofia, não é história. Mas para entendê-lo precisamos estudar, mesmo que brevemente, além de outras coisas, todas elas.
O jurista não estuda para realizar cirurgias, pintar quadros, plantar milho, gerir o marketing de uma empresa, aconselhar um casamento infeliz, porém pode resolver tudo isso, seja com ações judiciais, seja com a elaboração de bons contratos.
Não será o advogado, o juiz, o Delegado de Polícia, o defensor público, o promotor, o procurador do Município, no exercício de suas funções, que votarão Projetos de Lei, tampouco que promulgarão as normas jurídicas. Contudo, porque tanto eles estudaram ou, pois muito participaram da sua criação, são eles seus defensores, na sua ampla divulgação, no seu correto interpretar.
O Direito é uma ciência humana. Também é uma ciência exata. Humana, já que trabalha com as relações sociais e todos os seus interesses instantâneos e futuros. Exata, uma vez que deve ser meticuloso em seu exercício, encontrar a devida norma jurídica ao caso, a atual visão judicial da questão, a melhor adequação jurídica-econômica-social ao cliente.
Mais, e por aqui termino: ele é belo. Certa vez ouvi dizer que o advogado na Itália enfrenta tantas regulamentações profissionais em seu trabalho que advogar lá é quase um ofício artesanal. Será só na Itália? Será apenas na advocacia? Creio que não.
O jurista, acepção que engloba todas as profissões derivadas do bacharel em Direito (advogado, juiz, promotor etc.), ou melhor, o bom profissional do Direito sempre será um artesão. Lidar com a saúde, o patrimônio, a família, a liberdade, a dignidade do homem não é simples. Para uma boa atuação é preciso arte.
Como arte? se pergunta você. Arte. Tente fazer qualquer coisa sem arte. Falhará, na certa. Ainda não entendeu? Por que você acha que eu parei para escrever sobre o Direito? Já tantos escreveram, há tanto mais o que fazer. Porque eu amo ele. Ele cruzou minha vida e eu o aceitei, o aceito. Isso é arte. Sem ela, sem sermos artesões no que fizermos, será melhor mudar o rumo, ou notar que nossos talentos não estão sendo usados plenamente.
O Direito é arte. 


10.1.15

Listas.

Perceba quantas listas há nos livros. Não havia notado esse método literário antes de ler sobre elas no Confissões de um jovem romancista, do Umberco Eco. (Mencionei essa obra na publicação http://escritamcp.blogspot.com.br/2014/01/lxii-e-lxiii.html )
São relações de lugares, santos, nomes de pessoas, animais, sensações, instrumentos, qualquer coisa (o mencionado autor cita diversas listas, indicando, inclusive, os textos onde encontrá-las, por exemplo, em livros do José Saramago). Mas, por que escrever listas?
Creio que as listas, independentemente do contexto, servem para duas coisas: (i) inserir “folga” ao texto, ou seja, quebrar o complexo mecanismo narrativo para suavizar a leitura, e (ii) satisfazer a ganância do escritor de citar meio mundo de coisas na sua criação.
Então, segue a lista. Quando descobri o benefício dos esportes, ainda criança, não perco a chance de experimentar novas modalidades. São muitas: lutas; jogos de mesa; de quadra; de campo; de rua; de piscina; de mar; de rios; de montanha; de precisão; de força; de velocidade; de paciência; de bolas grandes; de raquetes pequenas; de piso sintético; de piso de grama; ao ar livre; em locais fechados; de dia; de noite; sozinho; em equipe; rápidos; longos; com poucos, nenhum ou muitos acessórios, e por aí poderia seguir indefinidamente, além dessas sete linhas cheias de energia saudável.
Essa lista foi simples. São ideias corriqueiras. Outras listas podem envolver pesquisas profundas e demoradas. Imagine a lista de navios com mais de “x” pés naufragados nos últimos 150 anos na costa brasileira. Muitas linhas.
Por último, seriam as linhas gastas para registrar todos os itens desses róis inúteis? Não. Ou por que estaria escrevendo sobre elas?! Experimente elaborar uma lista, mesmo que breve. Quais lugares (a casa da vó vale) você visitou nos últimos 5 anos?
Afinal, como o Eco, adoramos listas.


9.1.15

Por que criar e publicar todos os dias?

Para chacoalhar este blog da pá virada.
Porque gosto de modelar a palavra.
Pois tenho tempo para isso.
Gosto de desafios.
E de escadas.


8.1.15

Eu sou a liberdade.


“(...) Mas logo que o acompanhante comunica as suas observações e os seus sentimentos, aquele que está sendo acompanhado tenta interpretar tudo de um modo que se encaixa na sua visão ou então procura novas razões para justificar o seu comportamento e rejeitar as observações do acompanhante como inadequadas. ‘Vá a Siloé e lava-te’, disse Jesus ao homem cego. Em casos como estes precisamos ser, assim como Jesus, amáveis e ao mesmo tempo conseqüentes e diretos, para encorajar aqueles que fecham os olhos diante da realidade a lavarem os olhos. Isso significa enxergar as coisas da maneira que elas são.” (Anselm Grün e Ramona Robben, Estabelecer limites, respeitar limites – Segredos para relações interpessoais bem-sucedidas, Tradução de Lorena Richter, 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011, p. 101)
O monge e a pedagoga alemã ensinam passo esquecido pelos dois jovens islâmicos que assassinaram célebres cartunistas franceses ontem.
Há liberdade, e sempre existirá. Mas também temos limites. Estes, como diz o título do livro que contém o trecho acima, devem ser estabelecidos e respeitados. Quando o liame é desrespeitado e o limite do outro é violado, surge discórdia.
Sim, a violência é um meio de autodefesa, quando pela brutalidade somos atingidos. Porém, é forma de ataque? Quando pode ser utilizada para fins ideológicos, transformadores? Melhor: o terrorismo serve de alguma coisa para a evolução da sociedade? Pergunta polêmica.
Não, acho que não. A violência, em um primeiro momento, pode parecer um caminho mais curto para a conscientização popular e para a modificação de desmandos ditatoriais. Contudo, não é. A violência, como ataque, apenas gera mais violência, mais ódio, mais retrocesso, pois a negatividade não é o estado humano voltada para a evolução.
Nascemos para amar, não para odiar. Tudo é possível pelo caminho da paz, do amor. Há exemplos históricos, como a, em sua maior parte, pacífica resistência ao “Apartheid” sul africano, liderada por Nelson Mandela, e a luta contra a miséria mundial travada por Madre Tereza de Calcutá. São esses os nomes com mais resultados do Google de que qualquer outro que tenha utilizado, ao contrário, violência para supostamente atingir uma melhora da vida na Terra. Aqueles nomes, aliás, somam mais resultados do que a própria palavra terrorismo.
Diz Madre Tereza: “Não usemos bombas nem armas para conquistar o mundo. Usemos o amor e a compaixão. A paz começa com um sorriso”. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Madre_Teresa_de_Calcut%C3%A1, acesso em 8.1.2.014)
Pronto. Condenável, então, a ação dos jovens islâmicos. Vamos caminhar com a paz, não com a ignorância das armas de fogo. Parece mais difícil, mas não é. Acreditemos nisso. A criatividade nos foi dada para usar. Sorria, como diz a beata de Calcutá.




7.1.15

2015: banhos de menos de 2 minutos.

Embaixo do chuveiro: eu e a água fria (quando vem fria, nesses dias calorentos). Fecho. Shampoo e ensaboo. Abro. Fecho. O ano inteiro. Que bom se todos fizessem o mesmo.

6.1.15

Sintomas.


Se sinto mas não vou, distraio. Mais cinto, menos liberdade, sinais.
Tempo longo se curto, breve se não curto. Então, em toadas torradas libero passadas descalças.
Sintomas de som na trave sem cheiro.
Sim, Thomas, persigo a noite entre os telhados dos felinos.
É isso.

5.1.15

Literatura.

A literatura é destino. O livro é o todo. O escritor é o guia turístico.
O dicionário (Dicionário escolar da língua portuguesa, Domingos Paschoal Cegalla. 2ª ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.) assim define a literatura: “1. Arte de compor ou escrever trabalhos em prosa ou verso com o objetivo de atingir a sensibilidade ou a emoção do leitor ou do ouvinte. (...).”
Sim, a literatura desafia o leitor a entrar em mundo novo. A composição, verdadeiro extrato da vida do autor, trilha o rumo desse universo. Qualquer tema, estilo, formato, gênero literário tem seu atrativo. Os livros infantis querem as crianças, os romances de açúcar buscam os estereotipados, as sagas de aventura os sonhadores, os policiais os aventureiros, os livros de humor pedem os alegres, as epopeias eu ainda não sei.
Enquanto escrever é ler, ler é escrever. Pois, quando se escreve, ‘foi’, mas quando se lê, será. Escrevo ‘praia’ porque já estive lá (o que é preferível) ou li sobre, me contaram da areia, do mar. Leio ‘lagoa’ e imagino. A água circundada de terra será o que minha imaginação mandar. A ‘praia’ foi, a ‘lagoa’ será. Leio ‘praia’, escrevo ‘lagoa’. Lembro, crio.

Sobre o gosto por ler e a vontade de escrever, aí há névoa e balança de “carcamano”. Hábito, educação, necessidade, genética, circunstâncias variadas. O atual bombardeio audiovisual de tecnologia de ponta deve ser outro ponto de discórdia entre escritores e leitores. A frase é lida. Duas, três, dez, quinze, trinta, cinquenta, trezentas, duas mil linhas. Quantas o senhor está disposto a ler?
A primeira linha, frase, ideia, deve ser, como diz a língua inglesa, “catching”, atraente. Se não for, haja parágrafos e páginas. Público, atualidades, novidades, “regras”, dicas, experiências. Todos são caminhos válidos, e, ao mesmo tempo, errados, a não ser o seu.
Por isso, experimente. Não imagine (imaginar pode, vai), melhor, não espere, contudo, a perfeição, que será simples criar. Não. Leia. Rabisque. ‘Palavreie’. Ouse juntar as palavras, as ideias em frases, parágrafos, páginas, livro, em verso ou prosa.
Pronto, está aberta nova fronteira.

    

4.1.15

Cinco memórias muito felizes.


1- Quando criança adorava observar os enormes buracos feitos para as fundações dos prédios. Espantava-me ser possível cavar tão fundo a terra.
2- As frescas manhãs (o primeiro sol) das minhas férias infantis em Poços de Caldas. Por causa desse frescor, hoje, em qualquer manhã parecida com aquelas, permito-me sorrir.
3- Os passeios solitários de bicicleta na adolescência. Soube lá que duas rodas são mais que duas rodas.
4- As corridas de rua e seus treinos na juventude. O mundo é meu.
5- Os esportes, todos. Principalmente o basquete, a natação, o tênis e o ping pong. Grandes eficazes mecanismos de socialização. 

3.1.15

Publicação.


Dia a dia demito palavras e anuncio frases. Organizo ideias, sentencio caminhos, consulto dicionários, discuto com a gramática.
Mas a publicação pode sair. O Tempo diz para mim que não. “Parece que hoje não, não estou disponível, procure outro conceito abstrato.” Queria tropeçar na Inspiração, ela sim é minha amiga. Pediria desculpas, a tomaria em minhas mãos com cuidado e, fixando bem seus termos repetidos, encontraria a tábua apropriada.
Depois, “sim”, diria a Continuidade, preciso pensar no próximo movimento, como no xadrez (sempre me lembro do xadrez, apesar de pouco tê-lo enfrentado): o olhar do outro. A crítica: a satisfação, a reprovação, a espera.
Mesmo assim, publico. Surpresas. Difusão sem fronteiras claras, de encontros incertos. “Ótimo”, penso. Que ela, ele, velho, jovem, ‘reaça’, muxoxo, mágico, tenista, descalço, sejam atingidos.
Amanhã tem mais.