Perceba
quantas listas há nos livros. Não havia notado esse método literário antes de
ler sobre elas no Confissões de um jovem romancista, do Umberco Eco. (Mencionei
essa obra na publicação http://escritamcp.blogspot.com.br/2014/01/lxii-e-lxiii.html
)
São
relações de lugares, santos, nomes de pessoas, animais, sensações,
instrumentos, qualquer coisa (o mencionado autor cita diversas listas,
indicando, inclusive, os textos onde encontrá-las, por exemplo, em livros do
José Saramago). Mas, por que escrever listas?
Creio
que as listas, independentemente do contexto, servem para duas coisas: (i) inserir
“folga” ao texto, ou seja, quebrar o complexo mecanismo narrativo para suavizar
a leitura, e (ii) satisfazer a ganância do escritor de citar meio mundo de
coisas na sua criação.
Então,
segue a lista. Quando descobri o benefício dos esportes, ainda criança, não
perco a chance de experimentar novas modalidades. São muitas: lutas; jogos de
mesa; de quadra; de campo; de rua; de piscina; de mar; de rios; de montanha; de
precisão; de força; de velocidade; de paciência; de bolas grandes; de raquetes
pequenas; de piso sintético; de piso de grama; ao ar livre; em locais fechados;
de dia; de noite; sozinho; em equipe; rápidos; longos; com poucos, nenhum ou
muitos acessórios, e por aí poderia seguir indefinidamente, além dessas sete
linhas cheias de energia saudável.
Essa
lista foi simples. São ideias corriqueiras. Outras listas podem envolver
pesquisas profundas e demoradas. Imagine a lista de navios com mais de “x” pés
naufragados nos últimos 150 anos na costa brasileira. Muitas linhas.
Por
último, seriam as linhas gastas para registrar todos os itens desses róis
inúteis? Não. Ou por que estaria escrevendo sobre elas?! Experimente elaborar
uma lista, mesmo que breve. Quais lugares (a casa da vó vale) você visitou nos
últimos 5 anos?
Afinal,
como o Eco, adoramos listas.
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