10.1.15

Listas.

Perceba quantas listas há nos livros. Não havia notado esse método literário antes de ler sobre elas no Confissões de um jovem romancista, do Umberco Eco. (Mencionei essa obra na publicação http://escritamcp.blogspot.com.br/2014/01/lxii-e-lxiii.html )
São relações de lugares, santos, nomes de pessoas, animais, sensações, instrumentos, qualquer coisa (o mencionado autor cita diversas listas, indicando, inclusive, os textos onde encontrá-las, por exemplo, em livros do José Saramago). Mas, por que escrever listas?
Creio que as listas, independentemente do contexto, servem para duas coisas: (i) inserir “folga” ao texto, ou seja, quebrar o complexo mecanismo narrativo para suavizar a leitura, e (ii) satisfazer a ganância do escritor de citar meio mundo de coisas na sua criação.
Então, segue a lista. Quando descobri o benefício dos esportes, ainda criança, não perco a chance de experimentar novas modalidades. São muitas: lutas; jogos de mesa; de quadra; de campo; de rua; de piscina; de mar; de rios; de montanha; de precisão; de força; de velocidade; de paciência; de bolas grandes; de raquetes pequenas; de piso sintético; de piso de grama; ao ar livre; em locais fechados; de dia; de noite; sozinho; em equipe; rápidos; longos; com poucos, nenhum ou muitos acessórios, e por aí poderia seguir indefinidamente, além dessas sete linhas cheias de energia saudável.
Essa lista foi simples. São ideias corriqueiras. Outras listas podem envolver pesquisas profundas e demoradas. Imagine a lista de navios com mais de “x” pés naufragados nos últimos 150 anos na costa brasileira. Muitas linhas.
Por último, seriam as linhas gastas para registrar todos os itens desses róis inúteis? Não. Ou por que estaria escrevendo sobre elas?! Experimente elaborar uma lista, mesmo que breve. Quais lugares (a casa da vó vale) você visitou nos últimos 5 anos?
Afinal, como o Eco, adoramos listas.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Ou: pi_cap@hotmail.com

Obrigado.