Dia a dia demito palavras e anuncio frases. Organizo ideias,
sentencio caminhos, consulto dicionários, discuto com a gramática.
Mas a publicação pode sair. O Tempo diz para mim que não. “Parece
que hoje não, não estou disponível, procure outro conceito abstrato.” Queria
tropeçar na Inspiração, ela sim é minha amiga. Pediria desculpas, a tomaria em
minhas mãos com cuidado e, fixando bem seus termos repetidos, encontraria a
tábua apropriada.
Depois, “sim”, diria a Continuidade, preciso pensar no próximo
movimento, como no xadrez (sempre me lembro do xadrez, apesar de pouco tê-lo
enfrentado): o olhar do outro. A crítica: a satisfação, a reprovação, a espera.
Mesmo assim, publico. Surpresas. Difusão sem fronteiras claras, de
encontros incertos. “Ótimo”, penso. Que ela, ele, velho, jovem, ‘reaça’,
muxoxo, mágico, tenista, descalço, sejam atingidos.
Amanhã tem mais.
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