8.1.15

Eu sou a liberdade.


“(...) Mas logo que o acompanhante comunica as suas observações e os seus sentimentos, aquele que está sendo acompanhado tenta interpretar tudo de um modo que se encaixa na sua visão ou então procura novas razões para justificar o seu comportamento e rejeitar as observações do acompanhante como inadequadas. ‘Vá a Siloé e lava-te’, disse Jesus ao homem cego. Em casos como estes precisamos ser, assim como Jesus, amáveis e ao mesmo tempo conseqüentes e diretos, para encorajar aqueles que fecham os olhos diante da realidade a lavarem os olhos. Isso significa enxergar as coisas da maneira que elas são.” (Anselm Grün e Ramona Robben, Estabelecer limites, respeitar limites – Segredos para relações interpessoais bem-sucedidas, Tradução de Lorena Richter, 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011, p. 101)
O monge e a pedagoga alemã ensinam passo esquecido pelos dois jovens islâmicos que assassinaram célebres cartunistas franceses ontem.
Há liberdade, e sempre existirá. Mas também temos limites. Estes, como diz o título do livro que contém o trecho acima, devem ser estabelecidos e respeitados. Quando o liame é desrespeitado e o limite do outro é violado, surge discórdia.
Sim, a violência é um meio de autodefesa, quando pela brutalidade somos atingidos. Porém, é forma de ataque? Quando pode ser utilizada para fins ideológicos, transformadores? Melhor: o terrorismo serve de alguma coisa para a evolução da sociedade? Pergunta polêmica.
Não, acho que não. A violência, em um primeiro momento, pode parecer um caminho mais curto para a conscientização popular e para a modificação de desmandos ditatoriais. Contudo, não é. A violência, como ataque, apenas gera mais violência, mais ódio, mais retrocesso, pois a negatividade não é o estado humano voltada para a evolução.
Nascemos para amar, não para odiar. Tudo é possível pelo caminho da paz, do amor. Há exemplos históricos, como a, em sua maior parte, pacífica resistência ao “Apartheid” sul africano, liderada por Nelson Mandela, e a luta contra a miséria mundial travada por Madre Tereza de Calcutá. São esses os nomes com mais resultados do Google de que qualquer outro que tenha utilizado, ao contrário, violência para supostamente atingir uma melhora da vida na Terra. Aqueles nomes, aliás, somam mais resultados do que a própria palavra terrorismo.
Diz Madre Tereza: “Não usemos bombas nem armas para conquistar o mundo. Usemos o amor e a compaixão. A paz começa com um sorriso”. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Madre_Teresa_de_Calcut%C3%A1, acesso em 8.1.2.014)
Pronto. Condenável, então, a ação dos jovens islâmicos. Vamos caminhar com a paz, não com a ignorância das armas de fogo. Parece mais difícil, mas não é. Acreditemos nisso. A criatividade nos foi dada para usar. Sorria, como diz a beata de Calcutá.




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