1.10.14

Lampejo do cotidiano.

Passo em frente à terra do nunca no caminho de ida e volta do trabalho. Não, não é a do Peter Pan. É um terreno com construções simples e sem manutenção. Janelas quebradas, mato alto, quase ermo. Na entrada, uma placa vermelho diabo com a inscrição, em preto, ‘terra do nunca’.
Não conheço os moradores, a história do lugar, muito menos a da placa. Mas ela basta em si mesma. A fantasia, o sonho de Peter Pan em não crescer encanta. Ler ‘terra do nunca’ me remete ao pensamento de eternidade, de durabilidade.
Talvez por isso esteja lá o convite. Não importam as janelas de vidros fragmentados, a pintura que descasca, o mato que cresce livre, mas o ‘nunca’, que sobre a terra descansa sem pressa.
Mais, enfim, o pensar, o imaginar, o opinar, do que a primeira vista. Não precisa quebrar a sua janela, não é isso, apenas seja feliz. Não custa tentar. Talvez uma placa ajude – deve ajudar. 

Um comentário:

  1. Fiquei sabendo depois que funcionava no terreno uma pista de motocross. Está explicado.

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