Passo
em frente à terra do nunca no caminho de ida e volta do trabalho. Não, não é a
do Peter Pan. É um terreno com construções simples e sem manutenção. Janelas
quebradas, mato alto, quase ermo. Na entrada, uma placa vermelho diabo com a
inscrição, em preto, ‘terra do nunca’.
Não
conheço os moradores, a história do lugar, muito menos a da placa. Mas ela
basta em si mesma. A fantasia, o sonho de Peter Pan em não crescer encanta. Ler
‘terra do nunca’ me remete ao pensamento de eternidade, de durabilidade.
Talvez
por isso esteja lá o convite. Não importam as janelas de vidros fragmentados, a
pintura que descasca, o mato que cresce livre, mas o ‘nunca’, que sobre a terra
descansa sem pressa.
Mais,
enfim, o pensar, o imaginar, o opinar, do que a primeira vista. Não precisa
quebrar a sua janela, não é isso, apenas seja feliz. Não custa tentar. Talvez
uma placa ajude – deve ajudar.
Fiquei sabendo depois que funcionava no terreno uma pista de motocross. Está explicado.
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