2.12.14

Sobre a felicidade.

O que é a felicidade? Sentimento ou movimento? Fim ou meio? Vida ou sobrevivência? Antônimo de tristeza ou apenas um canto de passarinho? Ela chega ou nós chegamos nela? Paciência ou sabedoria ou esforço Herculano? Tudo isso e mais um pouco ou nada disso e misturado?
Não sei dizer.
Tão pessoal e, ao mesmo tempo, impessoal, essa “coisa” é dos maiores mistérios que temos. Se dinheiro não traz felicidade; o amor insatisfeito é matéria musical, literária, política e artística em geral; a perseverança o atalho para o sucesso, as frases são o alcance do sujeito. Mas não são.
Essa tal felicidade é algo muito maior que uma definição tinteira. É organismo vivo e mutável. Detém infinitas partículas, de sabe-se lá o que, em constantes esbarrões, explosões, transformações e mútuas difamações.
O ser humano, assim, é escravo e senhor, papel e caneta, universo e elétron, resultado e elemento. Quando termina, começa. Não se satisfaz e, por isso, questiona, anima e desanima desejos, vaga ao encontro do conforto, do sentido de viver. Talvez aí a tal felicidade. Na consciência.
Vivo e, se vivo, vivo. E basta. Se ligarem o modo “hard”, como dizem, que bom. Aprendizados, experiências, superações e força motriz. Se no “easy”, respiro, descanso, preparação. Como nada é 100% ruim ou bom ou, ainda, imutável, eterno, acreditemos na felicidade. Ela, afinal, mais que sentimento ou momento ou fim ou meio etc., não é, será.
Felicidade e vida é a mesma coisa. Não se separam. Então, não se misturam. Todos, vivos, possuímos felicidade. Encontre-a. Não nele, naquilo, naquele lugar, nesse instante, mas em você mesmo. Todos somos capazes de sermos felizes. Descubra, permita essa capacidade-vontade e será também. Feche os olhos, aquiete-se, preste atenção na sua respiração (sim, você está respirando agora, hehe).
Portanto, sim por fim, o que de pior você imagina que possa te acontecer hoje, pois é só o que você tem, já que amanhã ainda não veio? Dor física passa, muda, é perceptível e podemos conversar com ela. Dor espiritual, mental, em certo nível, não é, não somos mais. E, antes disso tudo, como mais importante ainda, permitida a vida, vivendo-a, mais árdua que pareça, mesmo assim, vivemos.

A felicidade vive.


A música inspira, com certeza. Já estava pensando em escrever sobre a felicidade. A música 'Felicidade', cantada por Lupicínio Rodrigues, deu um empurrãozinho.

Curtam essa bela letra. 




Felicidade foi-se embora
E a saudade no meu peito ainda mora
E é por isso que eu gosto lá de fora
Porque sei que a falsidade não vigora
Lá onde eu moro tem muita mulher bonita
Que usa vestido sem cinta e tem na boca um coração
Cá na cidade se vê tanta falsidade
Que a mulher faz tatuagem até mesmo na pensão
Felicidade foi-se embora
E a saudade no meu peito ainda mora
E é por isso que eu gosto lá de fora
Porque sei que a falsidade não vigora
A minha casa fica lá detrás do mundo
Mas eu vou em um segundo quando começo a cantar
E o pensamento parece uma coisa à toa
Mas como é que a gente voa quando começa a pensar
Felicidade foi se embora
E a saudade no meu peito ainda mora
E é por isso que eu gosto lá de fora
Porque sei que a falsidade não vigora
Na minha casa tem um cavalo tortilho
Que é irmão do que é filho daquele que o Juca tem
Quando eu agarro seus arreiros e lhe encilho
Sou pior que limpa trilho e corro na frente do trem
Felicidade foi se embora
E a saudade no meu peito ainda mora
E é por isso que eu gosto lá de fora
Porque sei que a falsidade não vigora

Fonte: http://letras.mus.br/lupcinio-rodrigues/47152/




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