Já
pensou que às vezes a vida parece suspensa?
Domingos
sem compromissos, sem cansaço e sem cinema são assim. Tudo suspenso, até mesmo
a vida.
Segunda-feira.
Semana. Outro domingo. Mês. Ano.
Estabeleço
uma meta. Agora sim, agora sossego. A meta é conquistada, escolho outra.
Conquisto.
Gostaria
que o tempo não fosse tão incômodo.
As
horas, os minutos e até os segundos conversam comigo. Faça isso, aquilo, agora.
Não perca tempo. A vida é curta.
A
vida é curta. Essa é boa, essa é boa.
A
existência cobra. Talvez essa seja melhor.
E
cobra mesmo: arrependimentos, frustrações, derrotas.
(Também
recompensa: alegrias, vitórias. Mas não conte para ninguém – positividade não dá
ibope.)
E
a suspensão, a perceptível suspensão?!
Repare.
E repare na tensão. Infinitos estímulos, previsões, sensações, pessoas. Confusões
de caminhos, de escolhas, de oportunidades. Como se estivéssemos sempre à
espera. À espera de que?!
Se
não centrarmos no nosso ideal e confiarmos em nós mesmos, catapéin, já era.
Desespero, aflição, dúvidas.
Então,
concentre-se. Atenção. Não suspenda isso. As outras coisas sim. Afinal, é só fantasia
sua (e minha) – a vida é contínua.
Viva.
O resto virá, você queira ou não.
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