Não
costumo acompanhar a velocidade e os sons do teclado vizinho. Enquanto as
minhas caminham em galinheiro, as dela no campeonato mundial de ping pong.
Não
fiz curso de datilografia. Quando nasci a máquina de escrever já era volume
incômodo de armários. Curioso, cheguei a bater duas, três letras –, só. Logo
sentei em frente ao teclado do computador, como agora.
Nesse
caminho, também de muita esferográfica, aprendi a catar o ‘a’ com o mindinho, o
‘i’ com o dedo do meio, o ‘m’ com o indicador. E já olho bem menos para o
teclado do que antes.
Mas,
mais do que técnica, teclar, acredite em mim, envolve calma. Observe o seu
colega, a sua coleguinha. São calmos? Não são. Têm a sua idade, não são datilógrafos
e digitam melhor e mais rápido do que você. São muito estressados.
Aconselho,
então, que você mantenha a serenidade. Não tente ser mais rápido, “melhor”. E que
continue buscando as letras com os dedos, não faça igual à animação internética
do bonequinho que, cansados os polegares, anelares etc., incitou os capilares
(já viu?).
Sim,
é questão filosófica, meu caro. Sei que você bombou essa matéria na facul (eu
também), mas todos temos que enfrentá-la dia desses.
Enfim,
como dizia, a pessoa ao lado digita e você quer teclar mais rápido do que ela,
confesse. Dessa batalha silenciosa – nem sempre –, você deve fugir. Se
possível, ouça musiquinhas no fone de ouvido e busque concentrar-se mais no trabalho
do que no teclado ao lado.
Sei
que é difícil, sei que é difícil. O adjacente (é esse o nome que ele merece)
irá provocar, correrá cada vez mais veloz pelas malditas letras pintadas em
plástico sem graça. Irá arrancá-las e trocá-las de lugar, mas tudo bem. Você
manterá a calma (lembra dela, lá em cima?!), normalizará o caos e – escreverá
mais devagar do que o filho da mãe. E tudo bem.
Porque
você não é, eu não sou, ele tampouco, nós, vós, eles, dedos atônitos, antes maníacos
por dedilhados – seja lá o que isso signifique. Tec tec tec tec tec tec
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