25.8.13

XVI. Raul.




Umas músicas antigas do Raul Seixas, o rosto molhado, a vista do verde, morro, pela janela. A caneta, o caderno a tremer. Daqueles momentos, enfim.
O espaço relativo entre as pessoas. A liberdade duvidosa do dia. As letras, as músicas surpreendentes. O torpor do momento. A vida cor-de-rosa. As dificuldades e as pausas. Os momentos felizes. A busca de um caminho.
Nermo, no mais, passou a somente isso: sem referências, regras, continuidade. Um livro? Estava mais para o que sempre fizera, mantinha o espaço, a lousa branca, só. E, continuava, ele, maravilhado com os traços novos de tinta. Sempre surpresas instantâneas. Como gostava.
Dia ensolarado. “Eu sou a mosca que pintou para lhe abusar.” “Do seu quarto a zumbizar.”
Ótimo, pensou.
E, naquele dia, a tinta nem tanto fluía. Resolveu, então, parar. Como a Terra. 
“Sabia que o patrão também não tava lá.” Dá-lhe Raul! Toca Rauuul uuuu.

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