Muito questiono sobre a mesmice. Mesmo isso, igual aquilo, mais uma vez. É lamento doído, anseio por novidades. Elas vêm. Sempre. Mas, ainda quero mais. Queria cada dia diferente do outro, substancialmente. Não são. Todos possuem um pouco do dia anterior, mais ou menos. E assim conhecemos pessoas e mantemos relacionamentos duradouros. Trabalhamos em uma mesma coisa. Praticamos uma mesma atividade física. Lemos. Ouvimos um tipo de música. Vivenciamos umas mesmas sensações térmicas. Passa um ano, dois, dez.
É claro que muito acontece. Se uma hora do dia pode parecer igual a outra não é. E as diferenças vão além de um jogo dos sete erros. Que dirá um dia?!
Mas, muito, realmente, se torna igual para nós. E queremos outra coisa.
É difícil mudar? Mudar o quê? Tanto pode ser alterado. O caminho do trabalho, a dieta, a forma de tratar as pessoas, o sapato, o livro preferido, o número de vezes que você liga para um amigo. E quando devemos mudar? Ixe, aí não sei. Quando dá vontade? Devemos fazer tudo que temos vontade? Sabemos que não. E quando ignoramos isso o resultado geralmente é catastrófico.
Então, de novo, qual a medida da mudança, do nosso afã pelo novo? Difícil. Não existe fórmula. É a própria vida. Precisamos mudar, sob pena de pararmos a engrenagem, mas não podemos viver em eterna alternância, a pagar pela solidão em si mesma. Quem não possui lastro, não tem base, não sabe para onde ir, pois não reconhece de onde partiu. Viajar é preciso, retornar também. Mesmo que para outro lugar.
Mude, mas não mude.
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