Saiu no jornal: a sociedade continua. Muitos questionam seu isolamento e ideal. Janaína, vizinha do local, acha que eles estão certos e já iniciou o processo para integrar o paraíso, como ela apelidou o lugar. Seus pais são contra. Pensam que "se fosse boa coisa os sujeitos estariam do lado de fora, ajudando a limpar o rio, agora mais sujo com o cocô daqueles animais". Mário, tecnólogo de edificações, 14 anos, diz que mandou dois desenhos de casas ecológicas para a comunidade. Eles gostaram e encomendaram a criação de um espaço de convivência. Ele está terminando e não quer cobrar por nada. "O futuro está ali", afirma. "Outros nascerão. A sociedade pós-moderna já era. Todos estão cansados. Não é voltar ao tempo das cavernas, mas ter outra relação com os recursos naturais e com as pessoas. Pequenas comunidades, novos governos".
A realidade é que pouco se sabe sobre a organização e seus fins. Se há boas intenções questiona-se se virar as costas para o mundo é bom. Se tudo não presta pergunta-se porque foi editada lei que isenta o lugar de pagar quaisquer tributos e o desvincula oficialmente do Estado. Pouco, porém muito. Muitos já tentam entrar. Outros falam em preparar uma comunidade ao lado e sobrepujarem a original. Ainda nada. E a cada dia um clima de revolução geral parece crescer. Mesmo os governantes, comentam seus próximos, estão contagiados e raramente têm falado qualquer coisa na mídia.
As pessoas estão caladas. Refletem. A ação, se o silêncio já não é, deve vir logo. Enquanto isso a sociedade, lentamente, emerge. Acompanharemos.
Mês que vem leia nosso especial sobre os cinco anos e meio da comunidade. Descobrimos quem são os pais de nove membros. E eles soltaram o verbo. Imperdível.
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