Diz a música: você tem sede de que? Tem fome de que? E segue uma crítica válida sobre necessidades vitais X espirituais.
O mal começa e já pão, água e manga. Risos. Olha em seus olhos. Não são cansados, vermelhos. Ele dorme tranquilo. Difícil escrever o que faz. Preservar os respingos, a agonia. Não é rápido. Dois, três dias. Almoço não há, nem janta. Diz que apenas o necessário alimenta o corpo. O resto é encrenca ao fígado.
Pergunte. Não tenho o que quer escutar. Porquê? Vida. Não entendo. Pode ser mais claro? Trabalho à noite. Quando começou? Desde minha primeira memória. O que fez? Não posso dizer. Minha pena aumentaria. Sairá vivo daqui? Não penso nisso. Gosta de si mesmo? Muito. Da vida? Isso é muito subjetivo. Como assim? Não há eu's. Fora de mim apenas mato, sombras. Como diz o filósofo, o problema são os outros. Lembra da sua mãe, do seu pai? Não. Já gostou de alguém? Não. Você sonha? Sim. Com o quê? (Não respondeu. Ele se levanta e vai embora.)
Imaginei, inventei essa entrevista. Não sou um psicopata (apesar de tomar café sem adoçar - risos), tampouco já entrevistei um. Mas, me intriga a que ponto chega a crueldade, o mal humano. Pior: que estamos sujeitos a esse terror. Massacres não só fisícos, como também psicológicos. É saber que a vida é finita e seu meío é poroso.
Não ia escrever sobre isso, tamanha é a mente humana, mas a realidade organiza mais que a cama. Não há combate, igualmente. Porém, respirar é inevitável quando se está vivo.
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