29.12.16

Poema de Paulo Leminski


objeto
do meu mais desesperado desejo
não seja aquilo
por quem ardo e não vejo

seja a estrela que me beija
oriente que me reja
azul amor beleza

faça qualquer coisa
mas pelo amor de deus
seja


1.983, p. 47. Paulo Leminski, 1.944-1.989. Toda poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2.013.

Comecei com a poesia. Para mim não haveria outro início. Arte apaixonante. Liberdade na medida de seu sentido. Alguma coisa de íntimo ao extremo, e externo ao menos. O poema é síntese. A escolha na criação suor. O resultado agrada. O leitor recria a mente do autor desmentida por ele mesmo, os dois. O poema é aberto. Viva a poesia.

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