18.9.16

memórias adelinas

Li que o sujeito não gostava do cotidiano. Preferia aventuras mil, dias de roda-gira. E pensei nos meus. Que muito faria o mesmo. Que saco. Nem lá, nem cá. 
Mas, sim, sou saudosista. Corroo entranhas pelos chás muito doces d'antes. No caminho sozinho do trabalho imagino outros dias de sol. A tarde avulsa, a brincadeira longa. Passado que parece distante, d'outro, como se não tivesse vivido. E busco a lembrança para sentí-la e tranquilizar-me. Funciona. 
As Avenidas de Campinas lembram as de São Paulo. Os outdoors em excesso ajudam a cidade suja limpar minha mente para a recordação antiga. 
Fico bem. A memória seleta é automática e repetida. A avó fez chegar as uvas itália sem casca. E vou e volto certo de que vivi.
Mais ainda porque as coisas mudam. E confiante na função da transição, da alternância, da nova memória morna e doce. Com torradas e manteiga. Sofá, desenho animado, chuva. Sol, grama, terra. Frutas, sopa, cama. Etc.

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