Há dias, meses e anos viajo diariamente. Viagem mesmo. Café, agasalho, guarda-chuva, carteira, óculos de sol. Em mais ou menos quilômetros atravesso uma, duas ou mais cidades. Desde que mudei para o interior não sei o que é trabalhar no bairro vizinho. No mínimo, trabalhei na cidade ao lado. As distâncias são menores, sim, mas a locomoção pública é mais atrasada que na Capital e o uso do carro é às vezes até melhor, se possível. Nunca gostei de carros. Prefiro transporte público, caminhar, pedalar. Moto é muito perigoso. É sobre os carros que quero falar, ou melhor, reclamar. Apertam uns aos outros. Manobras arriscadas. Poluição. Velocidade acima do limite. Tudo me irrita. Muito. Som alto. Bitucas que voam pelas janelas. Milhões de litros de combustível fóssil. Manutenção cara. Uma arma letal ambulante, suicida. Mas, ainda um mal necessário. Tenho carro. Minha esposa tem também. Trabalho com ele, levamos o Pedro aos seus compromissos. Lazer, saúde, cultura, educação. Vou devagar, geralmente. Respeito os limites de velocidade. Poucas multas tomei até hoje. Já bati nos outros, em uma pobre árvore e colunas de garagens. Já bateram em mim. Já estorei pneu. Carimbei calotas. Não machuquei ninguém. Difícil viver sem carro em Vinhedo. Os ônibus são caros, raros e gostam de passear antes de entregar você ao destino. É o que dizem. Em Vinhedo mesmo só andei de fretado. Fui umas vezes para Valinhos. De carro era mais barato. Sobretudo a pressa de todos os motoristas. Tá aí o que tira meu bom humor. Para que correr tanto? Quanto antes chegarão? Para quê? Tranquilidade ao acelelar, povo. Correr com o carro é muito arriscado. Para você e os outros no caminho. Paciência. Tem pressa sai mais cedo para o próximo destino. Chegue inteiro lá. Agradeço.
Morar no interior é bom, entretanto. Quando se está do lado de fora do automóvel o céu é maior, por capricho do horizonte. Há menos trânsito e venço grandes distâncias em pouco tempo. Logo o carro é enfeite feio. E só. Mais exercícios, vida. As estradas viram avenidas seguras, as ruas quintais familiares. Há vagas.
Mais segurança e o bem-estar de isso perceber. Mais pessoas, embora de menor população. Adoro escrever sobre morar no interior. Com certeza, minha mais feliz mudança.
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