Vou. Não vai. Preciso. Não.
No dia seguinte o louco entrou. Não pediu permissão, tampouco dormira aquela noite. Queria muito participar da tal reunião na velha escola abandonada.
Oi. É o louco. Que quer, doido? Ouvir. Participar, se interessarem.
Era um encontro de leitores e escritores da pequena cidade. Conheciam o sujeito estranho. Doido porque não saía quase de casa, não estudara, era branquelo da falta de sol e vitaminas. Doidinho, diziam.
Só que ele, vejam só, não era louco. Só lia e escrevia muito e não queria, ele mesmo, mais nada da vida. E, diferente, era considerado doidin.
Não conseguiu se expressar muito bem, ficou nervoso. Não participou do encontro.
Voltou para casa meio decepcionado, um bocado bravo.
Dormiu. Isso ele fazia bem também. Acordou melhor. Decidiu, nem sabe como, voltar na reunião do outro mês. Levou dois textos seus recentes. Foi aceito. Passou a tomar chuva em dias de sol e comer beterraba em tortas de pepino.
Não foi ele que escreveu essa história, mas podia ter sido.
Saia da sua casa, mané. Vá até as bandas de lá e atravesse a soleira. Garanto que será melhor que ver televisão, jogar video-game e, acredite, que dormir.
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