Jorge
usa óculos daqueles com o barbante de segurança ou de apoio no pescoço. Não
tira muitos seus óculos nem os deixa cair. Acha o barbante bonito. Cara de
escritor, gente séria.
Ele
também gosta de usar chapéu panamá. Comprou para proteger sua cabeça do sol. Se
pudesse usaria um chapéu mexicano. Aquele com as abas enormes. Contudo, exerce
certa profissão mais séria que ele. Mais solene que seus óculos de barbantes.
Só um pouco mais nessa última comparação.
Ainda,
o mesmo Seu Jorge, usa barba. Barba jovem é verdade. De falhas novas, bagunças
desconhecidas. Não harmoniza muito bem o crescimento dos pêlos com as donas
tesouras e lâminas de barbear ou com o senhor barbeador. Embora, a sua mulher
já tenha insistido e até certa vez cortado algumas pontas que entravam na boca
dele.
Também
outras coisas, porém as mesmas ideias.
Jorge
mora na lua, diz o trecho da música. Esse não, se bem que gostaria de passar
umas férias lá. O cara é apenas romântico. Com ele mesmo. Pensa que se se imaginar
duende na Duendolândia realmente será esse ser fantástico. E é.
Somos
todos.
Por
que criar um itinerário para o trabalho e permanecer nele, sem quaisquer
mudanças, durante anos? Desculpe-me (diz Jorge), mas tô fora. Se carro, ônibus,
se bicicleta, a pé, se avião, barco, se cordas, pontes, se aquilo, aquiloutro.
O homem veio para inventar, reinventar e destruir. Para inventar de novo. E de
novo. Mudar.
Ah,
não gosto de mudanças. Aprecio minha cadeirinha no meu gabinetinho, daquela
minha cidade queridinha. Nããão. Jorge quer conhecer mais. Acredita que haja
mais. Então, lê, relê, escreve. E não se contenta, mas tenta.
Jorge
usa óculos.
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