Ela gosta de acompanhar o
caminho da encomenda dos Correios. Chegou lá, já perto de cá, saiu para a
entrega. Compra distraída – as duas.
Ele prefere molhar papel
higiênico. Faz bolas e joga no teto do banheiro do restaurante. Ensinou o
primo. Já miram os espelhos. Mijam nos cestos de lixo – impunes.
Otávio é sozinho, quieto.
Não tem amigos imaginários. Basta em si. Costuma andar por aí com seu kit
aventura na mochila das costas. Uma corda escorregadia, uma lanterna de
respeito, o canivete.
O melhor amigo usa óculos,
é gordinho. Tem muitos jogos de tabuleiro. A mãe troca-se na frente das
crianças. Os bonequinhos ganham enredo, cenários no jardim de inverno e voltam
para a caixa seguros.
A colega de trabalho usa
vestidos curtos demais. Quer julgar, mas corre mais que as pernas finas e
sofridas. Tem a mesa de trabalho desorganizada.
João é quatro. As letras e
as cestas que estavam destinadas na sua vida. Esporte de pontos duplos, ele de
artilheiro. Cansaço das metralhadoras, indecisão dos pés limitados.
Maria, sua filha. Desperta
Luiz Melodia nos outros. Piano no alto. Cidade intacta, tensão flutuante sadia.
Todas as faces misturadas.
Papéis preenchidos, sabidos, queridos. Bolo no forno. Fogo brando. Traga mais
farinha.
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