18.5.15

Farinha.

Ela gosta de acompanhar o caminho da encomenda dos Correios. Chegou lá, já perto de cá, saiu para a entrega. Compra distraída – as duas.
Ele prefere molhar papel higiênico. Faz bolas e joga no teto do banheiro do restaurante. Ensinou o primo. Já miram os espelhos. Mijam nos cestos de lixo – impunes.
Otávio é sozinho, quieto. Não tem amigos imaginários. Basta em si. Costuma andar por aí com seu kit aventura na mochila das costas. Uma corda escorregadia, uma lanterna de respeito, o canivete.
O melhor amigo usa óculos, é gordinho. Tem muitos jogos de tabuleiro. A mãe troca-se na frente das crianças. Os bonequinhos ganham enredo, cenários no jardim de inverno e voltam para a caixa seguros.
A colega de trabalho usa vestidos curtos demais. Quer julgar, mas corre mais que as pernas finas e sofridas. Tem a mesa de trabalho desorganizada.
João é quatro. As letras e as cestas que estavam destinadas na sua vida. Esporte de pontos duplos, ele de artilheiro. Cansaço das metralhadoras, indecisão dos pés limitados.
Maria, sua filha. Desperta Luiz Melodia nos outros. Piano no alto. Cidade intacta, tensão flutuante sadia.
Todas as faces misturadas. Papéis preenchidos, sabidos, queridos. Bolo no forno. Fogo brando. Traga mais farinha.

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