Em cartaz ‘A vida secreta de Walter
Mitty’. A película é dirigida por Ben Stiller, também o protagonista de vida
monótona e sem riscos, Walter Mitty.
O filme é uma beleza.
Sinopse: as sinopses de longas-metragens,
principalmente os “trailers” que insistem em mostrar diversas cenas e suas
sacadas e acabam contando muito do filme e estragando a surpresa de cenas
inteiras, têm dois aspectos: cumprem seu papel de “teaser” e levam os
interessados pelos trechos às salas de cinema, mas o inverso também é
verdadeiro, ao ler a sinopse ou assistir ao “trailer” o sujeito pode construir
um pré-conceito bastante que o levará longe da telinha.
Por tudo isso e porque já assisti filmes
sem pistas, a não ser o nome, e gostei (do ato e do filme) – o que não significa
que isso dará certo com você – não vou dar o resumo do filme.
No entanto, já que a crônica começou por
ele: ri muito, gostei das imagens, da trama e do desfecho. Recomendo.
Essa obra de arte (o cinema é uma arte
em tanto) tem uma ligação muito grande com os primeiros capítulos de um livro
que estou lendo: ‘Confissões de um jovem romancista’, de Umberto Eco (autor de
‘O nome da rosa’, que virou filme).
(Livros. Livros, além da possibilidade
de conterem o resumo, não são incomuns as pequenas resenhas ou as indicações
apaixonadas. Tudo bem. O livro exige muito mais de seu consumidor, tema, aliás,
tratado nesse livro de Eco).
Umberto, que já era um exímio pesquisador
da Universidade de Bolonha quando publicou seu primeiro livro (aos quase
cinqüenta anos), ‘diz’. Revela, com verossimilhança, como construiu seus
romances.
Concordo com ele em muitas passagens.
Seleciono uma, justamente a que afere o sexto parágrafo dessa crônica.
Antes, retomo a advertência recente (http://escritamcp.blogspot.com.br/2013/12/auto-conselhos.html).
Vale
conferir.
Escrever o texto, o velho Graça já dizia
(http://escritamcp.blogspot.com.br/2013/05/iii.html), demanda conhecimento sobre o assunto. Umberto Eco vai
além. Compor pede o objeto de composição, um método, algumas restrições
textuais (não no sentido gramatical, mas no criativo) e detalhes, muitos
detalhes. E para se obter com louvor todas essas pedrinhas preciosas vá ler,
andar por aí (viajar, se sentir necessidade), conhecer pessoas, enfim, viver.
O novo ano sucede o outro e o anterior
do anterior e assim por diante. O texto, seja poesia, romance, conto, crônica
etc., precede a vida.
Feliz Ano Novo, queridos. Aquele abraço.
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