XXXIV. Desenhos-histórias.
Lugares especiais foram
escolhidos para esse começo. Afinal, tinha consciência do desafio. Não era a
primeira tentativa. Sentia, porém, que era a hora.
Tinha lá meus 17 anos e
um milhão de expectativas, emoções, histórias e dias de vida (muito mais que
isso).
Sempre fora meio
introspectivo. Gostava de ler, fazer meus desenhos-histórias num canto e,
freqüentemente, me via distante do convívio social. Nunca havia sentido muito
traquejo. Queria, mas não fazia parte de uma turma. Tinha cá e lá um amigo ou
outro. A empresa, então, calhava. Solidão, tempo para traçar desenhos
abstratos, concretos ou seja lá o que fosse diante de mim.
Foi assim que comecei.
XXXV. Início.
Frases em
segura-cordões de saquinhos de chá. Cola, cola, cola. Outras frases. Pouca
conversa. Receios. Pudor. Irregularidade. Amizade em construção. Testa, testa,
curte, não curte, muda, erra, acerta, descobre. Sentido. Utilidade. Todas essas
questões e vivências marcaram os primeiros 7 anos.
O primeiro ano foi
muito importante. Foi firme. Marcou território para a escassez que vinha a
frente. Foi um farol, uma pedra fundamental com função de base sustentadora.
Precisava ser.
Passos simples, mas,
uff, muito significativos. Época, diga-se, tensa e esperançosa. Boas mudanças
que ocorreram logo e determinaram a profundidade necessária para a empreitada
que até hoje se estende. Interesse em sua procura para apoio consciente e
mutável na vida.
Claro, tudo isso nasceu
no caminho. Nas necessidades, nas superações, na vontade, no gosto pelo projeto
que crescia.
XXXVI. Baixa produção.
Como toda grande
jornada (e isso não é clichê), tive anos de pouca massa.
O
determinante, creio com convicção, foram as suspensões (“sursis”) e ocupações
decorrentes de grandes mudanças.
Que bom. Mesmo assim a
empresa deu certo. Uma companhia que cumpre seu papel até pela baixa produção.
Com a firma (como
sempre foi e será) minha vida continuou seu curso. Como dizem: 'depois da
tempestade sempre vem a bonança'. Sim, veio. Anos de muita fartura, confiança,
alegrias e otimismo. Viagem – vivência muito importante para os próximos anos.
Trabalho relevante e gostoso. Pessoas influentes e marcantes.
XXXVII. Ler.
Interesses
compartilhados. Experiências. São as fontes de muita leitura. Leio o livro que
me conta. Conheço mais disso ou daquilo. As vivências fascinam tanto. Minha
percepção sobre o filme do momento, o livro famoso e a bebida exótica interessam a você. Conta-me, caro, como é? Ora,
experimente. Não. Diga-me se gostou. Gostaria de saber sua opinião antes.
Interessante.
Emocionante. Chocante. Ante. Adoramos histórias. Contar. Recontar. Ouvir de
novo e de novo.
Por quê? Pois, somos
curiosos. Mais: sentimos que crescemos, nos alimentamos com palavras. Hum, que
delícia de ‘reinava’. Sabor único esse ‘princípio’. Hoje devorei ‘pendia’. Ah,
belo ‘topo’.
Mente farta agrupa,
organiza e emprega sentidos. Lemos, ouvimos, somados, criamos. Simples.
Natural. Tudo bem programado para funcionar queiramos ou não. Sabemos, aliás,
que funciona. Bem procuramos a leitura.
Leia, caro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ou: pi_cap@hotmail.com
Obrigado.