XXXII. Enredo, plano.
Naqueles dias, Nermo já
sentia comichão nos neurônios. Trabalhava para uma continuidade e pê pé pê
parou. Cansei desse cara narrando o que faço e etc. Cá estou e não preciso mais
dele. Assumo a minha história. Em primeira pessoa, eu, a primeira e única.
Bem, ele está certo,
contudo. Andei pensando e decidi traçar um plano, um enredo, senão isso não vai
acabar. Vamos até o capítulo XLV. Escreverei dois capítulos por semana, no
mínimo. Traçarei a trama, os personagens, o início, o meio (clímax) e o fim.
Pronto. A história nascerá finalmente.
11 anos, cinco meses e
outros dias. (Eis o título.)
XXXIII. Registrar.
Filmes, desenhos,
livros, pessoas são nossas influências. Achamos certos aspectos interessantes e
nos arriscamos a imitá-los. Dá certo. Talvez não logo.
Demorei bons anos para
firmar meu desejo. Tentava daqui, dali e não conseguia a continuidade
necessária. Vi mais pessoas que administravam a arte e tentei novamente.
Ajusta, puxa, muda, rasga, pensa. Consegui. Já há onze anos, quatro meses e uns
dias.
No começo fui tímido.
Cheio de pudores, receios e, em verdade, poucas experimentações. Também tinham
as regras várias (hoje só há uma) e o medo de ser descoberto (não muito, que
lembre).
A coisa foi indo e, mesmo
hoje, não há uma só razão clara e inequívoca para justificar a empresa. Queria
registrar, porque já gostava de colecionar. Admitia sentido na vida quando
traçava objetivos colecionáveis. Sou um ávido colecionador. Latinhas,
chaveiros, moedas, gibis, coleções de bancas de jornal, figurinhas, tampinhas
de garrafa, cartões de visita, CD’s, livros, notas de dinheiro, broches,
surpresas de Kinder Ovo, bonequinhos de guerra, medalhas de corridas de rua,
tanto já colecionei e ainda coleciono.
Também comecei para
compartilhar comigo e com os outros. Mais: como autoterapia. Mas, creio que o
grande motriz foi mesmo a vontade de gravar meu nome na Terra. Oi, oi olha eu
aqui. Vaidade.
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