13.10.13

XXV. Começo, meio e fim.



Norme acordara. Seja em 3ª pessoa ou em 1ª, não lembrava mais. Retomar o nexo, a coesão, o ritmo, pensou. Afinal, sua história agora estava sendo lida. “Uou. É mesmo.” “What a fuck.” Norme ou Nermo (Norme é melhor), vamos caprichar, então. Ritmar. Em ritmo, sim senhor.
– Bom dia, Norme.
– Quem? Ah?
– Sou eu.
– Eu? Neroy?
– Está pensando em mais alguém?
– Vou contar uma história. Sente-se e não se preocupe com o tempo. Apenas contemple a lua que vê pela janela e continue prestando atenção na minha voz e no canto do quero-quero que perambula no terreno ao lado. Às vezes, não devemos nos preocupar com explicações (muitas vezes), mas apenas ouvir, aprender, conhecer a voz que nos procura. Ok? Ok.
“Um senhor de aproximadamente 80 anos estava sentado no banco de uma pequena praça que ficava dentro de um parque. A praça era arborizada, fluía um pequeno córrego limpo e bem próximo dela. Um bambuzal fornecia sombra.
Roque, um jovem de uns 20 anos, viu esse senhor em um de seus passeios solitários matinais (de Roque e do senhor). O senhor escrevia em um pequeno caderno. Escrevia em japonês.
Que interessante, também estou com um caderno e poderia me sentar no banco ao lado, escrever e, assim, identificações começam e puxo papo com o senhor oriental, pensou Roque.
Não. Sim, sentou, começou Roque a escrever, porém não houve as esperadas identificações, a esperada oportunidade de Roque puxar papo. Momentos depois de sentar o senhor levantou-se e foi embora.
Nunca mais Roque viu esse senhor.”
– Veja, Norme, o dia já vem raiando. Veja que bonito o contorno do sol da manhã nas nuvens sobre a montanha.
– Estou vendo. E a história? Já acabou?

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