Norme acordara. Seja em
3ª pessoa ou em 1ª, não lembrava mais. Retomar o nexo, a coesão, o ritmo,
pensou. Afinal, sua história agora estava sendo lida. “Uou. É mesmo.” “What a
fuck.” Norme ou Nermo (Norme é melhor), vamos caprichar, então. Ritmar.
Em ritmo, sim senhor.
– Bom dia, Norme.
– Quem? Ah?
– Sou eu.
– Eu? Neroy?
– Está pensando em mais
alguém?
– Vou contar uma
história. Sente-se e não se preocupe com o tempo. Apenas contemple a lua que vê
pela janela e continue prestando atenção na minha voz e no canto do quero-quero
que perambula no terreno ao lado. Às vezes, não devemos nos preocupar com
explicações (muitas vezes), mas apenas ouvir, aprender, conhecer a voz que nos
procura. Ok? Ok.
“Um senhor de
aproximadamente 80 anos estava sentado no banco de uma pequena praça que ficava
dentro de um parque. A praça era arborizada, fluía um pequeno córrego limpo e bem
próximo dela. Um bambuzal fornecia sombra.
Roque, um jovem de uns
20 anos, viu esse senhor em um de seus passeios solitários matinais (de Roque e
do senhor). O senhor escrevia em um pequeno caderno. Escrevia em japonês.
Que interessante, também estou com um caderno e poderia me sentar no banco ao lado, escrever e, assim, identificações começam e puxo papo com o senhor oriental, pensou Roque.
Que interessante, também estou com um caderno e poderia me sentar no banco ao lado, escrever e, assim, identificações começam e puxo papo com o senhor oriental, pensou Roque.
Não. Sim, sentou,
começou Roque a escrever, porém não houve as esperadas identificações, a esperada
oportunidade de Roque puxar papo. Momentos depois de sentar o senhor
levantou-se e foi embora.
Nunca mais Roque viu
esse senhor.”
– Veja, Norme, o dia já
vem raiando. Veja que bonito o contorno do sol da manhã nas nuvens sobre a
montanha.
– Estou vendo. E a
história? Já acabou?
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