28.8.17

Mato quente. V

Sou o mato. Sempre fui.
O entardecer é alaranjado por causa da poeira. Sabia dessa? Nunca soube. Há pouco me disseram. Faz todo o sentido. É, realmente, uma boa hora para lembrarmos do pó. Essas partículas que tanto nos incomodam. Varre varre varre, aspira, pano úmido. Ele continua lá, em seguida, no ar. E repousa, rapidamente.
Sou o pó. Você também. E o mato. O mato quente, que arde, que não é só mato. É tudo. Acabemos com a Amazônia, claro. E com nós mesmos. Talvez, bem antes da derrubada da última árvore que consigamos derrubar. O resto é pó. Pó pó pó pó



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