São poucos aqueles que olham os bichos. E isso me incomoda. Não nasci na favela, nunca morei na rua, minha família é tida como bem estruturada. Passo longe do subúrbio. E não me sinto bem por isso. Penso sobre as pessoas que dedicam energia com as mazelas sociais. As chacinas recentes nos presídios brasileiros confirmam a precária humanidade. Os vermes morrem. E é claro que não são bichos ou vermes, mas pessoas. E se chocam as palavras deveriam eclodir mais sentimentos práticos de ação. Mas, não. O homem espera a fuga em massa e a barreira na sua porta ruir. Porque um dia ela rui.
Contaram para mim sobre a experiência bem sucedida de desculpas oradas em uma casa de detenção. Por cada história de desvios e ausência pediu-se perdão. Melhoria de comportamento e clima geral.
Acredito na unidade. Peço as minhas desculpas. Desculpem pela minha ausência. Perdão pelas minhas atitudes. Certamente estou errado. Podia, mas não fiz. Sabia, porém fingi não saber.
São poucas coisas. E temos ciência de tudo. A vida é tão breve. Sinto muito.
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