O sujeito fecha as portas
de casa, do carro, lembra que mudou-se para o interior e fica tranquilo. Pensa
que está seguro. Não está. Nem tanto pela criminalidade, menor realmente do que
na cidade grande.
Nas cidades do interior,
assim chamadas aquelas situadas à alguns quilômetros das capitais dos Estados,
há menos gente. Os centros são menos distantes dos bairros, há menos filas,
menos poluição. Menos outras coisas também, mas isso é assunto para outra hora.
O nosso sujeito é o mesmo
da metrópole, porém. Tem anseios, dores de barriga, falta de dinheiro e
vizinhos chatos. Só que no interior, sabe-se lá porque, ele imagina que pode
ser mais. Cadinho mais gordo, dois degraus mais famoso, punhado mais sábio.
Sim, e é mesmo.
Aqui nos interior é legal
pra burro. O céu é mais grande, o amor é ingnorante. Somos todos sábios tolos
de Albuquerque Almeida Silva Santos. E, por isso, não temos medo. Mas, deveríamos.
Então, aquela insegurança
do primeiro parágrafo bate nossa porta. Não como faca, revólver, punhos
cerrados, mas pela exposição.
Ah, a exposição. Que
responsabilidade, Seu Barnabé. Olha o Barná, aí, gente. Tarde, Seu Bé. Baum?
Beleza.
Assim, não há a mesma
sensação de anônimo da selva de pedra. Que perigo, que medo. Talvez, portanto,
a denominação ‘interior’ vá muito além de mera quilometragem... muito além.
Muito bom filho! Suas crônicas estão cada vê melhores!!!!
ResponderExcluirTrabalho para isso, hehe. Beijo.
ExcluirHá um texto de continuação, "crônica do interior II", publicado no Jornal de Valinhos em 29/7/2016. Confiram.
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