Já era tarde, frio e
Nermo estava cansado. Mas, mesmo que por um breve momento, mesmo que
incompleta, foi em busca da resposta a sua pergunta.
Havia dias sem qualquer
sinal de qualquer envelope ou outro meio de comunicação de Neroy.
Teria imaginado? Não. Queria
respostas. E quando queremos muito algo, ah, algo mágico tende a acontecer.
A resposta veio. O
envelope apareceu ao alcance de suas mãos, sem explicação, na estante de seu
quarto.
“Olá, novamente.” Dizia
a carta.
“Sua resposta, por certo
aguardada, agora se materializa. Você, Nermo, é aquilo, é isso, é somente o que
é. Sem mistérios, sem complicações. Você é. Você é o Nermo. Único.”
“Na sua vida há, além
disso, formas perceptíveis da própria existência, seja física, seja espiritual.”
“Sinta os sentidos (os
cinco) e suas percepções próprias.”
“Seus gostos. Não gosto
daquela fruta, gosto daquela árvore.”
“Se aquiete, acalme-se
e sinta sua mente. Estás vivendo. Além dos seus sentidos existe o Nermo. És
espírito. Passageiro do corpo. Mente sã, corpo são.”
“Você é isso. Tudo isso
e só isso. Em relação, em primeiro lugar, a você. Em último, a você também.”
“Você é você, Nermo. Pronto.
Vá dormir, agora. Vejo que está bastante cansado.”
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