9.9.13

XVII. Lero-lero.


Em quanto tempo se conta uma história? Horas? Dias? Meses? Anos?
O que é uma história? Acontecimentos? Personagens? Suspense? Aventura? Reviravoltas?
Só sei que essa história é lenta. Não tem pressa. Nas pautas, nas linhas, vagarosamente ela se arrasta. De vez em quando.
Dias ou outros, eis seu narrador-personagem de volta a tecer descrições, novos personagens, bagunçar, historiar. E, quem sabe, ao final dessas páginas, uma história surgirá. Quem sabe? Ele não sabe. Não, não. Mas, escreve. Hoje, ontem e amanhã pretende, pretendeu, escrevinhar. Escrevinhou. Linhas preencheu. Idéias no papel branco com pautas registrou. Assim é, sempre foi assim, assim será.
Dia de sol, domingo de Páscoa. Nermo estava bem. Boa saúde, tranqüilo com a vida. Apreciando a vista da janela. Ah, e que vista. Um lindo céu azul em contraste com as árvores verdinhas cravadas no alto do morro. Algumas casas e um som forte, constante de cigarras. Muitas cigarras.
Ele já havia comido muito chocolate, mesmo antes do domingo. Quando era pequeno tinha que esperar para ganhar ovos de chocolate. Crescido, não mais.
Ainda ia para o almoço com a sua família e a família da prima, a Gertrudis. Gostava da Gertrudis. A família dela era bacana também.
Era isso. Promessa de um belo domingo de Páscoa. Mais um. Seu vigésimo sétimo, por certo.
Não estava com muita inspiração, ânimo, disposição para escrever, é verdade.
Foi.

                                                                                       MCP

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