Disse lá alguém que para um livro ser livro deve este parar em pé. Situação difícil nesses tempos de obras virtuais. Tema individual, triste. Somos tantos e próximos, mas distantes. A crescente e a perigosa medida virtual.
Samantha
(do filme Her)
Virtual medida de contato
Tão intenso que
quase nos materializamos
quase num quasar
casamos
Perto e longe, quantum
verbum
nihil aeternum est
Além do latim
fiquei eu
comigo mesmo
Há outras mulheres, de carne e osso, vidas de "nervos e sangue" que aconteceram de novo na pena do autor. São homenagens, reencontros, intimidades literárias.
"-Decifra-me ou te devoro!"
O amor devorado tem
a cada poro um perfume
que não se esquece
só os poemas de amor
terminam em palavras
feitas para terminar
E, vontade há de transcrever outros poemas por aqui, como o autor me permitiu, porém, ainda não dispenso o livro impresso, tampouco, o prestígio devido ao escritor que quer vender seu livro.
Comprem a obra. Essa resenha, peço perdão, não tem como ser muito imparcial. Adorei todo o trabalho. Espero que muitas mãos, reais, possam usufruir de todo esse amor pelas mulheres, principalmente, por uma das mais belas, a palavra.
Ainda, chamo a atenção para característica importante dos versos: são todos poços, ou melhor, "pensamentos-poços". Por quê? Pois, não acabam neles mesmos. Pedem você, leitor. Não há, então, superfície fácil. Boa sorte. Aproveite. Reflita. Pense. Descubra-se.
Parabéns, Sandro Capestrani. Espero escrever novas resenhas, de outros livros seus.
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