15.1.14

XL. Dona Escrita.

Escrever exige. Pede tantas coisas: caneta, papel ou energia elétrica, teclado, tela ou giz, lousa ou lápis, parede, mesa ou agulha, pele (ai) ou diversos outros meios. E, um intento, uma motivação. E, de preferência, o estático.
Depois de certo tempo, porém, a gente, senão o jeito, pega algum parente legal dele. Cria hábitos, gostos, segurança e as palavras fluem. Achava que elas vinham de repente, mas escritor de muitas letras advertiu que não: vêm porque às buscamos – com insistência.
Essa tal inspiração, afinal, como o físico Einstein já afirmou, seria então tão pouco diante dos 99% de transpiração. Concordo, hoje. Quanto já suei (literalmente) para expor idéias no papel ou na máquina.
Lembro de uma semana no escritório com o ar-condicionado sem funcionar. Por coincidência (ou não), foi a semana mais quente do ano. Tipo: insuportável. Suei, ah, suei. De colar a camisa na cadeira (risos). 
Novos espaços, novas preocupações estéticas e criativas. A escrita evoluiu.
Como buscamos tudo o tempo todo (sim, senhor) – dá-lhe ansiedade humana – senti necessidade de espaços portáteis. Bem retrata o caderninho que trago e deito as presentes letras unidas, que irão para o teclado, para a tela, e outra e outra, “ad aeternum”. Que bom. Evolua mais, dona Escrita, sempre. Continue a difundir, “ad infinitum”, pensamentos, realidades, amores, arte. 

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