E foi assim. Com a
caneta preta falhando. A caneta preta da sedução, tentação. Segurou-se. Pronto.
A questão não é o fantástico, mas, porém,
a beleza das letras se desenhando na folha a sua maneira, a sua metalinguagem e
não há que se negar, que venha a metalinguagem. Paciência.
Pois, Nermo, pensava no
tempo, no relógio, na formação das horas, no caminho dos ponteiros, dos
segundos. Se com diversos riscos, de um jeito, sem os riscos, de outro. Só os
segundos correndo, de um ainda outro.
O tempo passava de
qualquer forma, afinal, para ele. Ele, a questão, era que ele, nesses tempos,
tentava prestar atenção nessa passagem maluca – que é a do tempo. Essa passagem
singular do senhor tempo. Que mistério, pensou.
Era uma noite fresca, dir-se-ia
até fria. Sentia frio no pé. Pensou em por uma meia. Mesmo dentro de seu quarto
sentia frio. Era friorento. Foi por a meia e, porque já era tarde e no dia
seguinte deveria acordar cedinho, parou de escrever naquela noite e foi dormir.
Boa noite.
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