Nosso cérebro é um
gaveteiro. Como guardamos as coisas e deixamos elas engavetadas por tempos e
tempos, arquivamos também os sentimentos, as alegrias, as dores, os conhecimentos.
A diferença é que os espaços externos são bastantes manejáveis. Abrimos,
fechamos, trocamos seus conteúdos, rasgamos papéis, doamos roupas, brinquedos.
Nossa mente é menos controlável. Os registros são indeléveis, as gavetas são infinitamente
profundas, a arrumação é complexa.
Por isso, pensamos duas
vezes antes de assistirmos àquele vídeo sangrento, de ouvirmos determinados
testemunhos, de conhecermos algumas verdades. Escolhemos. Nem tudo, porém,
podemos manobrar. O filho chama, o país entra em guerra. Tristeza.
Também há o inesperado
positivo. As oportunidades, os encontros.
Bom e ruim sempre haverá
em tudo. Como se diz, nada é 100%. Lembremos de, vez em quando, externas e
internas, tentarmos ocupar-nos sobre cada gaveta disponível em nossa casa,
trabalho, mente. Abra aquela esquecida. Guarde, arrume outras coisas nas mais
vazias. Doe, desfaça-se, desapegue (expressão na moda) do que for para
desapegar. Reflita, lembre, medite e conclua que suas gavetas (e seus
conteúdos) são muito importantes, mas virão novas.
Arrume a bagunça. Abra
espaço para o novo (como sua mãe diz –, e a minha também). Sempre.
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