Parece
que já transcrevi o texto que segue, noutro espaço de semelhantes ideias.
Porém, como sempre mudam as percepções e dissolvem as substâncias, vale nova
visita.
Ainda
mais porque hoje tenho um gato em casa, o Bach. Preto e com energia bastante
para transbordo, em “ficelle” invisível, de criações da mente para o papel,
como bem traz Eça de Queirós:
“O gato é o amigo e o companheiro
natural do escritor: ele ama o silêncio e o recolhimento do estudo: apraz-lhe o
monótono ranger da pena sobre a aspereza do papel; acompanha discretamente o
rumor da escrita com o do seu respiro gutural. Quando não se escreve mais ele
acorda. Compreende perfeitamente que há uma relação de analogia, uma afinidade
entre a mão que escreve e a cabeça que medita sobre a página: somente, como não
explica essa correlação, nas noites em que não tem sono e em que assiste ao
nosso trabalho sentado em um livro sobre a banca, mete de quando em quando a
pata no espaço que existe entre a pena e a fronte, e palpa devagarinho se não
há uma linha, uma “ficelle” invisível, entre a mão e o cérebro.” (*)
Gaaaato,
gato, gato, gato. Preto do Poe, de botas, pelos arredores do chapeleiro maluco,
de lasanhas nas terças-feiras, em corridas com o Piu-Piu ou com o Jerry, entre
outros.
Todos
presentes e suscetíveis de emoções várias. Continuem por aí.
Aos
amantes dos caninos, sinto muito, mas os gatos ganham de longe, hahaha. Mais
inteligentes, perspicazes, independentes (não é o que todos buscam?) e contemporâneos.
(*)
QUEIRÓS, E. de.; ORTIGÃO, R. “As farpas”. S. João do Estoril: Principia, 2004, in MATOS, Miguel. “Migalhas de Eça de
Queirós.” 1ª ed. São Paulo: Migualhas, 2009, migualha 566.
Valeu, Vá. Volte sempre. bj
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