26.6.13

VII. Sobre outra coisa.



      Aquele dia, dia de sol de inverno, mais ameno, doce, com uma brisa do Sul, resolveu Nermo cavar ao entorno da construção. Cavou de um lado, de outro, fez vários buracos que as chuvas e o tempo naturalmente iriam fechar – não eram tão fundos. Procurava algo, quem sabe, enterrado por quem vivera por lá.
Achou. Achou um saco de folha de bananeira incrivelmente bem trançado. Como eram muitas tranças, embora a muito secas e quebradiças, ainda se percebia que era um saco trançado.
Que bom. Que achado. Há dias sem avistar qualquer pessoa ou outros vestígios achara algo não só humano como, provavelmente, de uma criança (Nermo adorava crianças).
Achou bolas de gude dentro do saco. Pôs-se a jogar com todas as onze presentes desse, enfim, presente. Pluquiti, plequiti, pu, no buraco. Lance certeiro, plequiti, mais uma.
Jogou outros dias. Bolinhas, buraquinhos na areia dura, apreciando o mar. Como o mar estava bonito nos primeiros dias vividos naquele lugar desconhecido, daquela forma inesperada. Que teria acontecido? Onde Nermo estaria? Por quê? O que significava tudo aquilo?
Sim, Nermo gostava de praia. Sim, Nermo gostava de aventuras. Sim, Nermo pensava em uma experiência diferente do lugar em que vivia, em que buscava seus objetivos, trabalhava, estudava, se comunicava com a sociedade, com o que sabia do Mundo.
Sim.
Mas.
Mas esta história não é sobre um menino que se perdeu no mato. Não. É sobre um garoto que, perdido sempre, onde quer que seja, pois todos estão afinal, se encontrou.
Encontrou-se não como o sol toca a montanha, mas como... ainda não. Ainda é cedo para dizer como se encontrou. Primeiro pensemos como ele se achou perdido. Por primeiro, depois por seguinte, seguinte seguiremos.

MCP

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