Aquele dia, dia de sol
de inverno, mais ameno, doce, com uma brisa do Sul, resolveu Nermo cavar ao
entorno da construção. Cavou de um lado, de outro, fez vários buracos que as
chuvas e o tempo naturalmente iriam fechar – não eram tão fundos. Procurava algo,
quem sabe, enterrado por quem vivera por lá.
Achou. Achou um saco de
folha de bananeira incrivelmente bem trançado. Como eram muitas tranças, embora
a muito secas e quebradiças, ainda se percebia que era um saco trançado.
Que bom. Que achado. Há
dias sem avistar qualquer pessoa ou outros vestígios achara algo não só humano
como, provavelmente, de uma criança (Nermo adorava crianças).
Achou bolas de gude
dentro do saco. Pôs-se a jogar com todas as onze presentes desse, enfim,
presente. Pluquiti, plequiti, pu, no buraco. Lance certeiro, plequiti, mais
uma.
Jogou outros dias.
Bolinhas, buraquinhos na areia dura, apreciando o mar. Como o mar estava bonito
nos primeiros dias vividos naquele lugar desconhecido, daquela forma
inesperada. Que teria acontecido? Onde Nermo estaria? Por quê? O que
significava tudo aquilo?
Sim, Nermo gostava de
praia. Sim, Nermo gostava de aventuras. Sim, Nermo pensava em uma experiência
diferente do lugar em que vivia, em que buscava seus objetivos, trabalhava,
estudava, se comunicava com a sociedade, com o que sabia do Mundo.
Sim.
Mas.
Mas esta história não é
sobre um menino que se perdeu no mato. Não. É sobre um garoto que, perdido
sempre, onde quer que seja, pois todos estão afinal, se encontrou.
Encontrou-se não como o
sol toca a montanha, mas como... ainda não. Ainda é cedo para dizer como se
encontrou. Primeiro pensemos como ele se achou perdido. Por primeiro, depois
por seguinte, seguinte seguiremos.
MCP
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ou: pi_cap@hotmail.com
Obrigado.