23.6.13

VI. Ilhado, pois algo sempre ocorre.


Mais um capítulo. Não se espante ainda, deixe isso para os próximos, hehe.



Uma alma de criança. Então escrevia coisas de crianças. E tudo bem.
Estava andando pelo mundo, pois era o que gostava de falar: vou pro mundo! Tchau! E saía de casa sem avisar para onde ia. Por vezes, aliás, nem ele sabia ainda. Muito bem. Estava andando pela rua quando foi subitamente envolto por uma sensação espessa de um ar denso, como vapor muito quente, mas não era desagradável. Seu corpo perdeu os movimentos por instantes os quais seriam segundos ou mais ou menos, não pode precisar. Sua visão foi aos poucos turvando enquanto o mundo continuava seu fluxo, como se fosse alheio a Nermo. Então pluff pluff, tudo apagou.
Voltou como foi, mas mais rápido, de repente e sem prévio aviso. Viveu.
À frente o mar, em volta montanhas cobertas de densa vegetação atlântica. Uma praia deserta, enfim. Aos seus pés, um novo caderno, à sua mão, por acaso, duas canetas. Pronto. O convite à literatura, o convite ao registro e ao imaginário do poeta, do escritor.
E foi o que ele fez. Escreveu: pois cá estou, não sei como, porquê, onde, apenas estou e, por estilo, escrevo.
A ordem, a disciplina ou a posição já desordenava e ele, livre, criava seu próprio caminho entre o mar e as árvores.
Por perto uma caverna, um riacho, bananeiras, água de coco, mamão, mangueiras, uma clareira com registros humanos: uma velha e abandonada construção de taipa e um pomar plantado com abundância e variedade.
Conseguiu, além de tudo, pescar e caçar. Reconstruiu como pode a velha construção e as noites fogueiras lua e o constante som corajoso, novo, das ondas, sempre ondas.
Viveu, enfim. Escreveu, também.

MCP

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Ou: pi_cap@hotmail.com

Obrigado.