IV. Ela.
Não sabia o nome dela ou qualquer outra coisa.
Apenas que era jovem e tinha um rosto bonito.
Norme. Pronto, esse era
seu nome. A pessoa, muito bem, devia ter um nome comum. Talzez, Espi. Espi, um
nome comum em Sartosí, afinal, sua Terra.
Lia, lia muito o Norme.
Desde que pensou que lia pouco, que isso não podia – “como assim?”, “estou
lendo muito pouco” – leu, leu ainda mais livros. Que bom. Achava, embora, que ler era, por vezes, cansativo. Como tudo, aliás, em exagero, matutou.
Matuto o garoto.
Daquela pessoa? Como disse,
nada sabia Norme a seu respeito e, provavelmente, continuaria sem saber.
Norme sabia, porém, que
segunda-feira próxima trabalharia. Sentia sono, mas, deixe estar, quando voltasse escreveria
com mais afinco.
V. Percepções, por que não?
Mas ainda não era
segunda e o sábado reinava com uma brisa agradável de verão. Da varanda, na
poltrona florida, mais uma vez, Norme escrevia. E escreveu.
Escreveu que o tempo na
varanda estava mais convidativo que no interior do apartamento. Escreveu o que
podia, pois, como principiante, não tinha segurança para escrever qualquer
coisa.
Escreveu aquilo que
veio. Uma história em desenvolvimento real, sem enredo que nem deveria passar
mais por explicações, mas como era o que ele sabia, passou – novamente.
Na sua varanda havia
uma suculenta em flor. Era a segunda vez em sete ou oito anos que ela
florescia. A última havia sido há uns cinco anos, talvez. São belas flores,
lembrou. Esperava lembrar-se de vê-la todos os dias para ver a florescência.
Sábado, novamente,
parado. Tivera tantos na sua adolescência. Fins de semana melancólicos em que,
ao menos, muitas vezes se alegrava andando de bicicleta ou praticando esportes.
À noite, até. O esporte dá felicidade. Quase sempre. Deve matar de cansaço a
tristeza.
Só de escrever, porém,
começou a sentir calor, ufa, era um verão quente.
Fome. Sentia fome, o
Norme. Pensou em sair para comer algo. Lembrou-se daqueles fins de semana.
Estava sem namorada. Não tinha muitos amigos. Não lhe veio à mente aonde ir. Continuava com fome. “Ah, porém.” Lembrou de um
trecho de uma música – “ah, porém, era ...” – nunca lembrava o resto.
Havia se
decidido ir de bike até o shopping. Poderia comer e talvez assistir um “movie”.
MCP
...and someone farted.
ResponderExcluir- Was it you?
- Of course not!
- Nor me.
Lol, I've just get it. Very well, Giu. That's Norme, indeed. Hug, Piero.
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