10.4.17

Oito - sete vidas

A vida muda a todo instante. É verdadeira a metáfora de que o mesmo rio não passa duas vezes pelo mesmo local – já são outras águas.
Não se sabe ao certo o que aconteceu na vida do Sete. Acostumado e defensor da vida na cidade, decidiu de repente a mudança para o campo. E levou a doze com ele.
Alguns dizem que foi por conta de uma revelação do famoso livro (aquele que ele emprestou para ela ler), outros que teria descoberto um tumor no pulmão de tanta poluição respirada por anos. Mas, o mais provável seria apenas sua paixão pela Doze que, após ler a obra, só pensava em viver deitada na grama olhando as estrelas.
O casal conseguiu o necessário para a transição e após pouco tempo não conseguiam mais imaginar voltarem para o asfalto falho.
Sete adorava gatos. Sua independência e imobilidade pacífica o inspiravam a acreditar na paz. Disse certa vez: os felinos sabem viver, pois conseguem economizar energia e utilizam depois com tamanha precisão que sua vida endurece, solidifica em outras – em sete. Devemos admirá-los, finalizava seu discurso.
Porém, a existência mais próxima da casa do joão-de-barro que parecia perfeita (as duas casas) degringolou. Por quê?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Ou: pi_cap@hotmail.com

Obrigado.