A
vida muda a todo instante. É verdadeira a metáfora de que o mesmo rio não passa
duas vezes pelo mesmo local – já são outras águas.
Não
se sabe ao certo o que aconteceu na vida do Sete. Acostumado e defensor da vida
na cidade, decidiu de repente a mudança para o campo. E levou a doze com ele.
Alguns
dizem que foi por conta de uma revelação do famoso livro (aquele que ele
emprestou para ela ler), outros que teria descoberto um tumor no pulmão de
tanta poluição respirada por anos. Mas, o mais provável seria apenas sua paixão
pela Doze que, após ler a obra, só pensava em viver deitada na grama olhando as
estrelas.
O
casal conseguiu o necessário para a transição e após pouco tempo não conseguiam
mais imaginar voltarem para o asfalto falho.
Sete
adorava gatos. Sua independência e imobilidade pacífica o inspiravam a
acreditar na paz. Disse certa vez: os felinos sabem viver, pois conseguem
economizar energia e utilizam depois com tamanha precisão que sua vida
endurece, solidifica em outras – em sete. Devemos admirá-los, finalizava seu
discurso.
Porém,
a existência mais próxima da casa do joão-de-barro que parecia perfeita (as
duas casas) degringolou. Por quê?
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