27.10.16

capítulo perdido

Quantas horas? Sabe-se lá. Foi um dos motivos porque aceitei esse desafio: esquecer do tempo. Conseguiu? Três horas, não mais. Puta frio. Sim. Pensava que a provação física era mole e só debilidades graves mentais derrubariam o sujeito. Tsc tsc. Fora os mosquitos, não aguento mais. Para dormir as redes não bastam. Até a subida dos muros os zumbidos tiniam o profundo da consciência. A memória do nada em seu extremo. Preferia as motos da avenida? Difícil. O ser humano se contenta? Não, certamente não. Então? Deve ser por isso que estamos aqui, afinal. Superar o dia. E amanhã, e depois, e depois de depois. Penso diferente. Isso tudo é um pleno abandono. E nem se sabe de quem ou qualquer outro dado relevante. Já me acostumei. Quem pensa estar vivo? Você sempre volta com esse papo. Eu penso. Pensa nada. Quantas vezes por dia, diga. Também não é para tanto, mas vira e mexe e, bem, não sei precisar, mas. Mas, nada. Não pensa, nunca pensou. Pensei. Está pensando agora? Não. Preciso me concentrar (risos). É mesmo. Vivemos como autômatos. Idiotas autômatos. E aceitamos tudo, caminhamos como os outros, nos submetemos ao canhão. Diariamente, complementaria. Por todos os dias de nossa pobre vida. E como é boa. Muito boa. 
Amanhã quem fica de vigia?
O João e o Mário.
O nove e o cinco, quer dizer.
Não gosto dessa numeraiada do um. Bom dar números quando se é o um (risos).
Cara, que olhos pequenos. Descanse que eu assumo a próxima hora.
Certo, obrigado.


3 comentários:

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