Deve ser bastante, sei não. Vale o preço desse espaço para mim e o que até hoje tive de retorno: muita alegria. Oportunidades de publicações, elogios, novos e mais novos textos. Que o escritamcp siga firme por mais tempo e acessos. Afinal, quem corre quer medalha.
Sobre o autor: Piero de Manincor Capestrani é advogado. Também é pai, filho, neto, sobrinho, tio, irmão, do Espírito Santo, amém. Adora escrever e ler. Não conseguirá ler todos os livros, mas continuará tentando. Sobre o blog: Escrita MCP nasceu em maio de 2013. Forma natural do transbordo da escrita. O papel se sente tão solitário na gaveta. Pede mais. Não há só literatura, nem só Direito, nem só desenhos, fotos, vídeos. Nada só. Tudo sobra.
27.10.16
capítulo perdido
Quantas horas? Sabe-se lá. Foi um dos motivos porque aceitei esse desafio: esquecer do tempo. Conseguiu? Três horas, não mais. Puta frio. Sim. Pensava que a provação física era mole e só debilidades graves mentais derrubariam o sujeito. Tsc tsc. Fora os mosquitos, não aguento mais. Para dormir as redes não bastam. Até a subida dos muros os zumbidos tiniam o profundo da consciência. A memória do nada em seu extremo. Preferia as motos da avenida? Difícil. O ser humano se contenta? Não, certamente não. Então? Deve ser por isso que estamos aqui, afinal. Superar o dia. E amanhã, e depois, e depois de depois. Penso diferente. Isso tudo é um pleno abandono. E nem se sabe de quem ou qualquer outro dado relevante. Já me acostumei. Quem pensa estar vivo? Você sempre volta com esse papo. Eu penso. Pensa nada. Quantas vezes por dia, diga. Também não é para tanto, mas vira e mexe e, bem, não sei precisar, mas. Mas, nada. Não pensa, nunca pensou. Pensei. Está pensando agora? Não. Preciso me concentrar (risos). É mesmo. Vivemos como autômatos. Idiotas autômatos. E aceitamos tudo, caminhamos como os outros, nos submetemos ao canhão. Diariamente, complementaria. Por todos os dias de nossa pobre vida. E como é boa. Muito boa.
Amanhã quem fica de vigia?
O João e o Mário.
O nove e o cinco, quer dizer.
Não gosto dessa numeraiada do um. Bom dar números quando se é o um (risos).
Cara, que olhos pequenos. Descanse que eu assumo a próxima hora.
17.10.16
ao abecedário
Por duas vezes
pensei que não poderia decorar o alfabeto
Estava certo.
Ainda não sei sua ordem ou conteúdo de pronto. Embaralho-me no final.
Tenho
lá certa aversão a padrões e acho a palavra ‘subversivo’ o máximo, embora diga
o livro que optar pelo diferente é um método. Aff.
Devo me
acalmar e ter paciência, digo a mim mesmo. Reler a frase feita e adequar as
linhas em ordem atrativa. O herói, o mentor, a trama toda. O desfecho
interessante. Humor, suspense, conhecimento.
Pra
cucuia tudo isso. Luto apenas pela
escrita nova. A minha. Dor da ausência literária, sofrimento do título novo. No
final doem os olhos e bagunço as fontes do Word. Só isso. O auto-corretor alerta
que ‘word’ é com ‘w’ maiúsculo. Word.
Bonito
entender essas letras deitadas e floreadas. O meio do mês passou e
lamento pelo texto pobre. É que a comunicação é fumaça. Meu fôlego é sucinto e
o sono é todo. Meu pequeno chora, a mãe sua com ele na noite quente. O pai seca
a cuca na máquina. Espera algo que não vem.
Terminei
pela segunda ou terceira vez o ‘angústia’, do Graciliano ramos. Esse era, esse
era. Luis da silva, o ser dormente. Caminha esquivo, repousa inebriado. O
romance é denso. Atmosfera do terceiro dia sem sono. Da indisposição violenta,
da frustração sensível.
Por que
tantos tipos de fontes se a palavra é una? prefiro o retardo da caneta antiga,
o espaço do sofá da vó. Como o texto acaba já digo. Se leu até aqui já sabe. Tenho
ainda mais sono e menos vontade de reanimar o morto amanhaã. Prometo nada aos
meus queridos (sim) leitores e me despeço na incerteza de um novo capítulo da
sociedade secreta ainda neste mês.
Fui. Capaz que
demore em voltar. Ou não. Ando concentrando meus esforços para a criação não
publicável (ainda). arrivederci
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