Sobre o autor: Piero de Manincor Capestrani é advogado. Também é pai, filho, neto, sobrinho, tio, irmão, do Espírito Santo, amém. Adora escrever e ler. Não conseguirá ler todos os livros, mas continuará tentando. Sobre o blog: Escrita MCP nasceu em maio de 2013. Forma natural do transbordo da escrita. O papel se sente tão solitário na gaveta. Pede mais. Não há só literatura, nem só Direito, nem só desenhos, fotos, vídeos. Nada só. Tudo sobra.
21.8.16
Lavoura Arcaica, de Raduan Nassar
Há um tempo que não lia uma boa obra. Até o retorno ao clube do livro da Livraria Nobel de Vinhedo e o 'Lavoura Arcaica', de Raduan Nassar. A complexa instituição família. Seres humanos diversos sob os laços da tradição, crenças, seduções, escolhas, descobertas, ímpetos, afetos. O livro, como o tema principal, é dasafiador. Construção narrativa indireta, longas reflexões, subtemas polêmicos. Vale muito a leitura. Grande novela. Recomendo.
20.8.16
capítulo I
Era uma vez uma história real. Real de mentirinha, por capricho do autor, embora toda narração seja verdadeira.
Leia os demais capítulos já escritos em postagens anteriores do blog.
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16.8.16
A meia do equilibrista
Imaginava o equilibrista de asas, com sementes leves em cada lado da fantasia circense. Podiam ser de girassol, de erva-doce, de pimenta-rosa.
Dos treinos outras. Maçã, urucum, melancia. Símbolos de equilíbrio as pequenas, grudadas ao corpo do homem, eram esquecidas ali. Só lembradas quando as passadas vascilavam, o atrito sinal de insegurança, ventos do Norte.
O sujeito deveria treinar era muito. Quando livres, suas meias andariam sozinhas pelo espaço esticado.
Dedicação, desafio de paciência.
E tinha os equilibristas de coisas. Copos em bandeijas, objetos nos corpos, pessoas nas gentes.
Treino. Muito treino. E quando é chegada a hora há aplausos. Essas as lembranças dele. E com elas equilibrava os dias.
Se ele tanto podia, malabarismos na tarde quente, por quê não ele na noite fresca? Colocou a meia. Noite mais fria. Sentou na escrivaninha, testou com a tinta azul e decidiu-se pela preta de outros textos.
Escreveu, riscou, completou, releu, terminou. Não os mesmos metros dos pés sem meias, mas a esperança da caligrafia lida.
15.8.16
(Ca Pí tul o cinco e ½)
(Dormi mal hoje O cerne cantarolou, mas não
vingou A semente germina, o sol a fustiga E o tempo? O espaço de tempo, os
ponteiros da rua O sono forte, o trabalho contínuo Só há três coisas: o verme,
a folha e o vento Os que vivem nas beiras não suportam os pivôs, maltratam o
caminho, sucedem os excluídos Contudo, há foco, há persistência e silêncio De
tanto aguardar a tristeza ela não chega O eixos das mãos se perdem em outros
queixos, queixas Enquanto o cabelo cresce também a unha Dias para a leitura,
anos para o livro Conversa curta, banho longo Bebida quente, bicicleta livre
Doze pessoas soltas são mais presas que a própria pele no corpo Estou com sono de
novo e preciso dormir melhor Escrevo o espanto do cansaço para as vagas da
noite Só assim sossego as favas do dia)
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