23.4.16

o que será o que será

Quando tinha 13 imaginava meus 18. Cheguei nos 18, 21, 30. Imagino os 40, 80. 
Há momentos que desejo que o tempo passe mais depressa, como se o presente não bastasse. Outros que são suficientes, servem neles mesmos. E, puff, passam. 
Quanto dura um dia? Uma semana, um mês, uma vida? 
Já ouviu, claro, alguém dizer que o dia voou ou que custa a terminar. O mesmo para marcações mais longas das horas. 
Que trabalho mata o tempo. Que o ócio o prolonga. Que a vida é um sopro. Que a existência é plena. E dura o quanto tem que durar.
Mudanças. 
As alterações de curso são severas. É dito que o recomeço desgasta. Ou renovaria? Daria mais oxigênio aos órgãos. Respirar mata. Pouco a pouco. Desgaste, corrosão das células. 
Opiniões. Caminhos. São infinitos? Existe o que não se finda? O nada. Criação sem criatura. Sem matéria-prima.
Voltemos ao tempo. A palavra. O fato deixa de ser quando foi para não ser. E avante. Atrás? Passado? Há pesquisas, teses sobre dimensões. Paralelos temporais. 
Todo o tempo que não tenho. Tenho. Só sei disso. Agora. Que já passou.

A tarde quente. A raspadinha açucarada. A sombra. AAA. O TÉDIO. 

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