31.8.15

De plástico no bolso

Evoluímos e encurtamos os espaços com o consumidor, com a informação. Imagine as coisas na perspectiva do burrico sem o cabresto e sem os tapas olhos que o impedem de olhar para os lados. Ok?
Lembra quando não usávamos celular, nem pagers?
Claro, faz pouco tempo. Época boa. Odeio carregar celular.
Eu também, mas é difícil largarmos ele, não é?! Para nos comunicar, pesquisar alguma coisa na internet, usar algum aplicativo do momento. 
Quase impossível. 
Não era assim.
Não era.
A comunicação, a informação evoluíram e ficaram mais acessíveis, próximas de nós -, literalmente.
Sim. Tem gente que dorme com o smartphone debaixo do travesseiro. Que horror.
Também acho doentio. 
Mas é o mundo que vivemos.
Lembra do cabresto, do tapa olho?
Do burro?
Isso. Lembro. Qual a relação?
O celular é um produto. Não é?! Ou você busca um no quintal da sua casa? Não. Como todo produto ele só serve quando é usado, consumido. E quanto mais distração ao redor, menos o consumiremos. Vamos preferir olhar para o mar, conversar com os amigos pessoalmente, praticar um esporte. 
Sim. Mas eles querem que você use o produto. Não é? 
O tempo todo. E comprem o modelo novo.
Nossa, mas como viver sem os smartphones nos dias de hoje? Já nos acostumamos tanto. Está tudo interligado com eles. A tecnologia venceu.
Isso que eles querem que você pense. Eu discordo. Sou avesso à ela. Não entendo a complexa transmissão de dados por fios que não posso ver. Como uma foto sai desse seu aparelho e vem para o meu instantaneamemte? Não posso entender isso. Tem algo errado. Não é natural. 
Como não é natural carregarmos um pedaço de plástico bonitinho que produz sons e imagens e nos lembra sobre a cotação do dólar de onde estivermos.
É. 
Vou esquecer meu celular em casa hoje. 
Sua esposa não vai aprovar.
Não vai.
Tem o bebê. 
É. 
Nos acostumamos. Já era. Tem o trabalho. 
Pois é. 
Já era.
E em tão pouco tempo. Tão pouco tempo.
Você guardou alguma ficha de orelhão? 
Não. Gostaria.
Vamos até a Benedito Calixto. Urgente.
Vamos. Dormirei com uma debaixo do travesseiro.
Tive a mesma ideia. Hahahaha.

30.8.15

VV

Moro na divisa. Do lado de Vinhedo. Trabalho em Valinhos. Gosto muito de ambas as cidades. Que possuem atrações turísticas e locais, além das anuais Festas da Uva, em Vinhedo e do Figo, em Valinhos. Venha nos visitar. Avise por aqui e acompanharei com prazer. Sinta a tranquilidade do interior.

Quatro lugares para se visitar em Vinhedo: represa 2, Mosteiro de São Bento, Matriz e palmeiras da avenida Canudos. 

Valinhos: Parque CLT/Ayrton Senna, bancos com música da Matriz, Observatório e estradas rurais.

E vale sair do sofá, viajar. Sempre.

29.8.15

Pergunta ganhadora: o silêncio dorme?

Respondo, como prometido.

Sobre essa pergunta havia pensado a respeito da nossa audição. Podemos fechar os olhos e com facilidade deixamos de ver. Mãos para trás e não tocamos. Boca fechada e passamos para o próximo. Nariz bem tampado (aí já começa a complicar) e, com algum esforço, não sentimos aquele cheiro ruim. Agora, com a audição a coisa enrosca. Quão difícil é alcançarmos o silêncio total. Cara, tenho uma certa sensibilidade com o som. Para dormir, para me concentrar (já fui pior), para ver televisão, para trabalhar, para viver na cidade, para ficar em paz. Barulho de aparelho de som alto, TV, veículos, conversas, obras em imóveis, aglomerações etc. não é comigo. Os grandes shows, claro, são ótimos, mas precisava ser tão alto o som?! Baladas (boates) nem se falem. Também certos bares, restaurantes. Não dá para conversar, carambis. Sim, um dia vou me mudar para o mato mesmo, não precisa nem sugerir.
Enfim, por isso, além de outros aspectos, adoro templos religiosos por causa da sua calma e silêncio. Aprecio o campo. Som da natureza pode. Há harmonia. Não que eu não goste da vida social. Gosto. Um bom passeio nas cidades é ótimo. Música, dança, artes visuais, bons ambientes para se comer, casa dos amigos e familiares, boas praças e parques, clubes etc.
É que muitas vezes gostaria de um acesso mais facilitado ao silêncio. Sem fones de ouvido (nem música por vezes quero) e sem os incômodos e não tão eficazes tampões não industriais de ouvido. Por que nossos ouvidos não são como nossos olhos e possuem mecanismos de abrir e fechar tão eficazes quanto? Enfiar a ponta dos dedos nos ouvidos é muito precário. Não vale.
Esse é o meu inconformismo.
E o que isso tem a ver com a pergunta, Piero?
Simples, caro leitor. O silêncio não dorme. Nem que você durma numa câmara a vácuo (o que, acredite, é muito pior que o seu quarto barulhento, já que no vácuo você ouvirá seus órgãos e seu sangue trabalhando em uma enlouquecedora e caótica sinfonia – experiências já foram feitas e ninguém aguentou ficar muito tempo na câmara), pelo contrário, você não se livrará do barulho. Em todo lugar que você esteja vivo haverá ruídos, especialmente o do seu próprio corpo funcionando.
Portanto, não, o silêncio não dorme, pois existe o homem que não deixa o pobrezinho dormir.


28.8.15

GOALS.



 Metas. Sem elas não somos, não fomos, não seremos nada. Os meros cotidianos abrir os olhos, levantar da cama, descansar, trabalhar, escutar, parar, andar, comer são metas, claro que são.
Mas, deixo a continuidade do discurso de lado dessa vez. Só quero expor alguns objetivos que agora penso. Amanhã podem mudar. São diferentes dos de ontem. Ok, ok, quieeeto. Vamos a elas.

1.   Morar em um sítio suficientemente afastado da cidade a ponto de não se ouvirem os carros, motos etc.

2.   Ter uma quadra de basquete nesse sítio e jogar esse belo esporte com o meu filho.

3.   Ter mais um filho.

4.   Correr uma maratona.

5.   Nadar uma prova marítima.

6.   Pedalar outro passeio de montanha, mas dessa vez com uma magrela com suspensões (risos).

7.   Escrever outro livro.

8.   Conquistar 1.000.000 de visualizações neste bendito blog.

9.   Ler os livros restantes da saga Operação Cavalo de Troia (li só o primeiro, e são nove ao total e mais outros três de outra coleção que continua a saga – trabalho à frente para um leitor voraz, graças a Deus).

10.   Terminar de ler a Bíblia, letra por letra.



26.8.15

Expressividade



– O expresso pode ser expressivo?
– Qual?
­– O ligeiro, a bala.
– Sim, claro. Já ouviu falar de Usain Bolt?!
– Não gosto da velocidade. Me considero lento e hesitante. Prefiro a calma.
– Besteira. Todo mundo é ansioso e esbaforido. É da natureza humana.
– Não sei. Consegue provar?
– É claro. Você pode ir até àquela árvore na velocidade de dois passos por minuto, não pode?! Mas, haja paciência, você já conhece a árvore, já conhece o caminho e sabe que além há outras vegetações desconhecidas. Então, vai rápido até à velha planta e espia novamente o que tem depois dela à espera do dia em que poderá ir adiante. Não é assim? Ansioso e esbaforido.
– Sim, ora. Por que faria o mesmo percurso à dois passos por minuto se posso fazer em menos tempo? Ainda mais se já conheço o lugar?
– Bolt chegaria em ainda menos tempo.
– Não entendo.
– É simples. Façamos o mesmo diferente. Se o expresso pode ser expressivo, como realmente é, o vagar será ainda mais articuloso, rapidamente porque ficou mais tempo com sua atenção. Não tenha pressa, companheiro. Mas, claro, mantenha o ritmo. O conto da tartaruga e da lebre seria outro se a primeira fosse apenas lenta. Foi também articulada.
E assim termina esse artigo. 


23.8.15

Mais

Insatisfação. Hoje. Agora.
Não porque preciso.
Mais. Pois quero.
Pequeno cansa. Grande. Não também.
Daquele jeito.
Do outro.
Do meu jeito está errado. Não por ela estar certa.
Porém, eu canso.
Quero diferente.
Sempre.
Agora.
A seca desses dias é lembrada. As sementes têm no asfalto. Não há vento. Apenas caem porque morrem. Uma atrás da outra. Droga de tempo empoeirado. A natureza tem seu ciclo. O homem idem.
Queria escrever, afinal.
O texto é esse.
Se o movimento do corpo é necessário para o esportista, da mesma forma é o da caneta para o escritor. Sob pena de dor e formigamento nas articulações. A caneta tinteiro seca muito rapidamente quando não é usada.

Enfim, mais.