31.3.14

Sobre o papel / Acerca dos papéis.


Cada um tem o seu papel.
Papel este que escreve àqueles.
Aqueles, pois cada um juntos são vários.
Vários que pela palavra ou de outra forma,
forma eles tem em um mundo.
Mundo grande, imenso que mal conhecemos.

Conhecemos, quando muito, um sonho.
Sonho de um papel que haja por aí.
Aí ou aqui.
Aqui entre nós nos traga o que queremos.
Queremos, pois, algo.
Algo que ainda não sei.
Sei, porém que cada um tem um papel.
Papel este que não conheço.
Conheço apenas o que este papel aceita.

Tudo Tudo.
O papel aceita tudo.
Essa é a verdade.
Essa é a trégua.
Esse é o caminho.
Esse é esse e todos os outros.
É o que é.
O papel aceita tudo.

Escrevamos o que acharmos por bem escrever.
Este e o seu papel aceitam tudo o que quisermos.


Mas, lembremos, o papel foi e é só o começo, cabe aos que escreveram,
aos que lerão e aos que lembrarão o papel,
reescrever no ar o que dele se tirou. Gosto do papel.


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