22.6.21

breve manual do erro. como aprender a errar em 7 passos certos.


1) o que é o erro? 2) como lidar com o erro? 3) errar faz parte do caminho? 4) qual o limite do errar? 5) é possível aprender com o erro? 6) e com o acerto? 7) existiria o acerto sem o erro?


1) o erro é o oposto do acerto. se há um círculo para a bola entrar e esta bate no aro erramos. se a alternativa é “a” e marcamos “b” erramos. há o erro grosseiro (o famoso “air ball” – a bola não bate nem no aro, nem na tabela, nem nada rs), e o quase (quica, quica e não entra). mas, erro é erro. esses, diga-se, são os objetivos. há, também, os subjetivos. os erros relativos. não errei, você quem errou. e vice-versa. mas, veja, há, novamente, sempre, o erro. o erro, enfim, claramente existe.


2) errei. posso tentar novamente? pode. devo? deve. passa a bola. pergunte novamente. errei. tente de novo. ok. errei. mais uma vez. errei. burro. não, por favor, não. errar uma vez é humano, duas também, e três, e quatro e quantas forem possíveis. sim, se o erro existe é porque ele deve existir. tente de novo. e de novo. nunca, nunca abaixe a cabeça sem a levantar, imediatamente, em seguida. erre, erre, erre. 


3) caracoles, claro que sim. errar é super, super importante. aprendemos mais, muito mais com o erro do que com o acerto. o polo positivo repele seu igual positivo, mas atrai o negativo. o acerto, e não poderia ser diferente, depende do erro. o caminho, então, é claramente errôneo, difuso, instável, até tornar-se, por um breve momento, certo, suficiente e, logo após, tornar a errar, relaxar. o erro faz, sempre, parte.


4) não há limite. errei. errei novamente. e outra vez. e, caramba, outra. é, isso não é para mim, erro demais. não. sim, tudo é para você. tudo. tente novamente. não há limite para errar. nunca aceite o erro. tente de novo, e de novo. persista.


5) com certeza. se há algo certo, por mais contraditório que pareça, é o erro. muito mais fácil reconhecer o erro do que o acerto. muito melhor aprender com o erro do que com o acerto. este é breve, muito breve. acertei (as outras, já sei, estão erradas). o erro prolonga-se. errei, porque não acertei. há o errar, pois há o acertar. o inverso, não necessariamente, é verdadeiro. se você acerta a cesta, pronto, ponto ganho, vitória. o jogo acaba. se você erra, epa, o jogo continua. segue-se, de forma instantânea, o impulso da reviravolta, da fúria, da vontade de acertar. questão certa. fui certeiro na alternativa correta. ótimo, manda outra. errei. a alternativa era outra. entendi, errei porque marquei uma e não outra. percebe? opa, acertei, ótimo. opa, errei, novamente. e novamente. então, é essa outra. ok. o caminho é, infinitamente, potencialmente, maior.


6) sim, evidente. acertei. não era aquela, nem outra. cesta. pronto. passe-me, de novo. nova cesta. ótimo. e outra. você não erra. isso é incrível. 100% de aproveitamento. continue assim. para 10 acertos são necessárias, sempre, 10 tentativas, ao menos. então, sim, é possível aprender com o acerto. se há o acerto, aliás, há, invariavelmente, o não erro. só há o certo porque já, algum dia, houve o erro.


7) é isso. não há, nada, se um dia não houve. opa, cumé?! o tudo depende do nada. 0, 1, 2, 3, 4, e assim por diante. o acerto só existe porque, antes, existiu o erro. ou é o inverso? acertei. isso é o certo. errei. isso é o errado. o tudo, o nada. o nada, o tudo. a ordem dos fatores altera o resultado? 


depende de quantas vezes tentar – sempre.




2 comentários:

  1. Adorei o texto, Piero. E voce tem razão: não há limite.... tentar sempre! Abraço

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