E quando desejamos a sorte? Não dará certo, mas vai que dou sorte. E quando temos certeza que a sorte nos acompanhará? Arriscar, não arriscar? Planejar, fazer a própria sorte? Destino, acaso? Até quando controlamos ou não os lances de sorte ou de azar de nossas vidas? Sabe-se lá.
Mas, o assunto é muito rico. O livro 'O jogador', de Feódor Mikhailovich Dostoiévski (adoro escrever o nome completo kkkk) conta um pouco sobre o sentimento de um jogador prestes a apostar toda a sua vida na roleta e no trente et quarante -, e quebrar a banca.
"Sim, algumas vezes o pensamento mais louco, o mais impossível na aparência, se implanta tão fortemente em seu espírito que acreditamos que seja realizável... Mais ainda: se esta ideia está ligada a um desejo violento, apaixonado, o acolhemos como algo fatal, necessário, predestinado, como algo que não pode não ser ou não se realizar! Talvez aí exista algo mais: uma combinação de pressentimentos, um esforço extraordinário da vontade, uma auto-intoxicação pela imaginação, ou ainda outra coisa... não sei, mas naquela noite (que jamais esquecerei), aconteceu-me uma aventura miraculosa. Ainda que ela possa ser perfeitamente explicável pela matemática, ela não se torna menos miraculosa a meus olhos. E por que, por que aquela certeza estava tão profundamente, tão solidamente enraizada em mim, mesmo depois de tanto tempo? Pois eu pensava nisso, repito, não como uma eventualidade possível (e, por consequência, incerta), mas como a alguma coisa que não poderia não acontecer!" (Coleção L&PM Pocket, vol. 134, p. 180.)
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