4.6.16

capítulo V a doze

A vida da doze antes era quase normal, não fosse seu amor pelo sete.
Café da manhã não havia. Almoço pouco, lanches. Meia janta. Só pensava no moço. Via ele todo dia no caminho dos estudos. Ele lia no banco da árvore, ela saía de casa de manhã, do outro lado da rua. Cumprimentavam-se. Olhares. Dois anos.
Olá, meu nome é Laís. O meu é Jonas. Qual livro está lendo dessa vez? O mesmo. Sempre o mesmo. E sempre outro. É uma obra literária. A cada dia surge uma nova visão do texto, na medida dos acontecimentos da minha vida. E não enjoa? Leio só uma página por dia. Na hora que eu saio de casa. Sim. Está me paquerando? Gostaria de saber sobre a história? Adoraria. É sobre uma nova organização social. Pessoas dispostas a criarem um novo rumo das coisas. O livro é como um manual para isso? Pode se dizer que sim. Então não é literatura. É um manual. Não. Tudo se passa no contexto de um personagem, da Leila. Como termina? A sociedade dá certo? Literatura boa. Você decide se deu certo. Como assim? Depende da sua visão da vida. Acha que poderia escolher morar isolada parcialmente de todos e seguir novas regras, submeter-se a um novo líder? Faço isso já. E o líder vem e vai com o passar do tempo. Literatura. Me empresta? Tome.

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