30.3.15

Vinhedo também teve manifestação.

Foi na região do portal e do memorial aos imigrantes (ao fundo da foto abaixo). Centenas de pessoas seguiram a passeata, mesmo com a chuva forte que veio cedo. 


28.3.15

O livro atual do clube continua a ser lido.

E deve seguir por bastante tempo ainda. O ritmo inicial ficou para trás. Tenho lido apenas uma vez por semana. Estou no início de Marcos. A leitura do Velho Testamento continua suspensa até eu terminar o Novo. Talvez aumente o ritmo mais para frente. A leitura continua ótima. A Bíblia é fantástica. Continuo com a impressão de que muito do que já vivemos e do que estamos vivendo está lá. Costumes, dificuldades, conselhos, esperanças. 

A mentira tem pernas curtas.

Naquela manhã, mais uma vez, Lia fez pão. Ela odiava. Sua avó e sua mãe conviveram com essa atividade a vida toda. Certo dia ela aprendeu a cuidar do jardim. “Venha fazer pão”, dizia sua mãe. “Não, quero cuidar do jardim.” Mas, ia. O pão de Lia era murcho, duro – e continuou assim.


27.3.15

Valinhos e seus jardins I.

Esse tem até reunião. Fica na Rua Itália, em pleno bairro central. Uma manhã de sol, temperatura amena, ora, por que não?! Só não fiquei para ouvir a bronca, eu hein.



25.3.15

Exercício de conto. Sem chão.


1) Sorteio de cinco palavras de jornal:
- Horizontes
- Educação
- Naturais
- Cidade
- Local

2) Escolha de uma frase “e se”:
E se descobrisse que serei pai da pessoa mais importante?

Conto:

Sem chão.

Construí minha casa em local de solo bastante instável. Já são três anos sem deslizamentos, mas a Defesa Civil diz que o morro pode ruir a qualquer momento. Tenho que deixar meu lar amanhã.
Ontem minha mulher completou oito meses de gravidez. Ganhamos muito pouco para sustentar uma criança. Qual educação poderei dar para esse ser inocente?
Hoje, no caminho do trabalho vi um gato preto morto. Estava no meio da ciclovia. Pergunto-me se quando voltar para casa ele ainda estará lá. Dessa vez é um gato. Geralmente é lixo. As pessoas jogam lixo pela janela de seus carros e os arbustos da via de bicicletas acumulam detritos.
A cidade, por isso, é suja. E se eu colocasse o gato em um saco e jogasse numa daquelas caçambas de rua? Fico triste de vê-lo lá jogado à espera da limpeza urbana.
Amanhã continuarei no meu barraco. A Defesa Civil deve voltar com a polícia. Os soldados me puxarão pelo braço e eu resistirei moralmente e fisicamente. Irei preso por resistir à ordem estatal. Minha companheira continuará à espera do nosso filho.
Sem moradia perco minha dignidade. Tudo isso muito me preocupa. Deixo meu posto na fábrica, atravesso a avenida, o terreno baldio do fim da rua, e sento na terra nua, escondido nas sombras naturais de médias árvores. Choro. Vejo os horizontes estreitos, minha vida sem esperanças.
“Seu filho é a pessoa mais importante”, ouvi. Susto. Abro os olhos rapidamente, procuro a fonte, mas estou sozinho. (Até hoje não sei se partiu de fora ou mesmo da minha própria mente naquele momento conturbado.)
Fico sentado no chão por mais alguns minutos. Talvez cinco ou dez. Não poderia, nem se quisesse, esquecer a frase, “seu filho é a pessoa mais importante.” Meu filho?! Sou um pobre sujeito. Amanhã perco meu chão –, literalmente. Não pode ser.
Levanto-me, quero ir até o bar tomar cerveja. Não vou. Grande porcaria a bebida. Volto para casa. Minha mulher está descansando, trabalha meio período. “Saí mais cedo do trabalho, estou muito estressado, como faremos amanhã?” “Não nos encontrarão, estaremos trabalhando.” “Voltarão no fim de semana.” “Daremos um jeito, fique tranquilo.”
No dia seguinte fui trabalhar. Voltei para casa, minha mulher conversava com um funcionário da Defesa Civil – na entrada da favela, ao lado de um carro carregado com nossas coisas. Iríamos para a chácara dos patrões dela – como caseiros. Fomos.
Oito meses e três semanas. Contei para ela sobre o que ouvi naquele dia sentado na terra. “Por que a surpresa?” “O que há de mais importante do que nosso filho?” “Não mais existimos simplesmente. Você como pai, eu como mãe, ele como filho, nós como três somos um, somos outro, novo.” “Vai trabalhar homem, já é hora.”



23.3.15

O sentido da vida.

É a bolinha vermelha na parede verde.
Veja a seguinte bolinha verde:


Pois a parede é também verde.
Não que não devamos colaborar para tons mais próximos. Sim, tentemos melhorar o mundo. Mas, lembremos da vitalidade da vida: o contraste. Se todas as bolinhas forem iguais desaparece a própria vida, pois a diferença é premissa da percepção. Se tudo for igual, depois de algum tempo o outro será esquecido e, por consequência, esqueceremos de nós mesmos, porque o outro é parâmetro, é a parede verde.
Esse o sentido da vida: o eterno contraste e nosso melhor convívio e reconhecimento de sua importância. 

19.3.15

Vinhedo. Mosteiro de São Bento.

Lugar elevado até em sua localização, no topo da cidade de Vinhedo. Bosque de Pinheiros, sóbria capela, harmônica torre de sinos, lindas paisagens. Vale a visita e, para fiéis, a frequência. Mas, cheguem cedo. Missas concorridas em espaço já pequeno. Confiram também os concertos clássicos uma vez por mês. Abaixo, vídeo de um ensaio de Duo de violão clássico (o mais recente concerto) e foto de concerto de organista italiano (que beleza que foi).




18.3.15

Valinhos. Praça da Matriz.

Há algum tempo que quero postar algo sobre as cidades que hoje são minha casa, Vinhedo e Valinhos. 
Começo por Valinhos, então. É a cidade onde trabalho e, por isso, é o lugar em que passo mais tempo durante a semana.
Valinhos ainda é novidade para mim. Não faz nem um ano que convivo com suas ruas, pessoas, comércios e lazeres. Mas, é aqui (escrevo essas palavras em seu território) o nascedouro de muita coisa boa nos últimos tempos.
Esporte, religião, letras, trabalho, amigos, boa comida, belas paisagens, há muito o que falar. Direi aos poucos, em outras postagens.
Deixo nessa um registro fotográfico de uma manhã na Praça da Matriz. Praça de boas sombras, tranquilidade e clima de interior. Ah, como é bom morar no interior.
Aproveito para anunciar que pretendo postar um conto por aqui nos próximos dias. Já iniciei. Só sentar e finalizar. Logo, logo.


10.3.15

Lá.

Entrou. Já há alguns anos lá frequentava. Não encontrou muitos jovens, como ele, nem crianças. São raros, na verdade. Adultos, pessoas de mais idade, cheios de lamentos, ritos decorados e confiança cotidiana.
O lugar, de manhã, tem particular silêncio e paz. Os bancos não ficam cheios, pelo contrário. Ele procura estar próximo de alguém. Não gosta de sentar sozinho. Acredita que seja local de comunhão também entre os humanos.
Não conhece bem o ritual. Não pode comungar. Estuda, se aproxima, familiariza-se. Chega mesmo a entrar na fila – até seu final. Pensa que Deus está além das palavras terrenas, sente seu próprio chamado, antecipa degraus. Quer voltar a eles e cumpri-los, porém.
Os mais velhos vem sempre. Em geral, desde pequenos acostumados com a missa, sabem quando há reverências, quando será aplicada aquela ou aqueloutra “fórmula”. Conversam com o sacerdote, ajudam com as atividades da Igreja.
É uma comunidade. Há encontros para rezar o terço, para estudar a doutrina, para formar novos fiéis, para prepará-los aos sacramentos. São organizadas e desfrutadas festas paroquiais.
Nem sempre há movimento. Átrios vazios, capelas silentes. A tradição de cantos, rezas e celebrações é rígida, tem dias e horários, duração, cores e envolvidos previamente determinados. Antes e depois ninguém ou poucos. Conversa íntima, atenção autodisciplinada.    
Há pequenas diferenças, pois humanas. Mas, o cerne é esse mesmo: a repetição, a habitualidade, a confiança, a integração, a celebração, a fé e a fraqueza humana. Sobretudo a fraqueza. Nossas limitações, sofrimentos e lamentações. Que não demos as costas a estes. Vá à Igreja, meu irmão. Verá que sempre há caminho possível, melhor, pacífico, cristão e feliz.
Nem por isso ele sempre está em paz, feliz e saltitante. Reconhece, no entanto, a máxima da filosofia: só sei que nada sei e nem tudo posso, mas tudo posso explicar e nada é impossível.

5.3.15

Gestar.

A procriação humana teve início nela mesma, seja pela doutrina divina, seja pela criacionista. Adão nasceu e dele Eva. Os macacos “evoluíram” e eis o homem. Mas, por que difundir a nossa espécie em já tão populoso e complicado Planeta?
Não tenho a resposta, se achou que eu teria. Longe disso. Creio em algo, no entanto. A gestação é a própria vida. Não apenas se confunde com ela, a mantém, a evolui, a sentencia, a expande.
Teorias sobre as consequências do “excesso” populacional há várias. Que o mundo em breve entrará na terceira guerra mundial (qual guerra hoje não é mundial?) pela escassez de água, pela imigração em massa de desabrigados ambientais e de conflitos civis (que ainda ocorrerá? ou já tantas vezes presenciamos?). Que os “desastres” naturais crescerão em intensidade e frequência, devastando mais e mais áreas habitáveis. Que se não fizermos nada brusco e efetivo agora sofreremos com a irreversibilidade da extinção do ser humano.
Discordo. Sim, muitos vivem na miséria extrema enquanto outros com ‘certo’ conforto (bem pequena porcentagem), pois nada, realmente, tem sido muito estático. Porém, por mais que estatísticas anunciem que menos pessoas hoje nascem do que já nasceram (a Europa teria países com taxa de natalidade negativa), acredito que a reprodução não será obstada – enquanto humana –, haja o que houver. E continuada a proliferação, continuada a vida.
Enfim, a gravidez é o sentido da vida. Como não há perfeição (graças a Deus, caso contrário, não haveria a ‘distinção’, não existiria nada, porque não poderíamos distinguir as coisas), nem todos produzirão. Tudo bem. Mas, reconheçamos o valor e a graça do filho. Do Filho, também, aliás.   


2.3.15

Nova enquete.

A primeira foi um sucesso (http://escritamcp.blogspot.com.br/2014/11/o-alcool-venceu-enquete-em-muito-breve.html ). Votem de novo, minha gente. Em breve, mais um texto no capricho. A enquete está no canto superior direito do blog. É só clicar na opção escolhida e pronto. A votação vai até 31.3.2015.