21.12.15

Minha vez

Sua vez. Estudara o livro de xadrez inteiro e praticava com o irmão mais novo. O objetivo era ganhar do pai. Acontecia, porém, que os tabuleiros se estranhavam, esse era um terceiro. E a velocidade e a paciência do exemplar de pouco lhe valiam. Xeque-mate, disse André. Poxa.
Jogaram mais duas. A segunda empatou. Na última, nova derrota. O desafio com o pai podia esperar.
A vontade de melhorar seu jogo ainda continuava, contudo. Outras coisas seriam prioridade, pondera. E adia o xadrez.
E tanto ficaria para amanhã. E hoje acaba. Amanhã termina. Ano novo. O tabuleiro que seu pai lhe deu toma pó. O livro carece de achar. Ficou para trás na mudança da casa dos pais. Lembra de buscar, mas logo esquece. E continuaria lá. Para amanhã. 
Alguns planos até seriam concretizados. Outros jamé. Por quê?
Diria o letrista que 'a vida é mesmo assim, com passos de formiga e sem vontade'. Ouviria muito essa música. Circunstâncias da vida. História. 
Aquele menino cresceu, teve um filho. Afinal, o vô acabaria ensinando xadrez. E o neto teria sua trajetória. Diferente da do pai e da do vô. Graças a Deus. 

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